sábado, julho 24, 2010

Por que os crentes têm de morrer?

Por David P. Murray

Sábado passado, estive diante do túmulo de minha querida amiga Ellen Bazen, uma cristã. Antes de falar para a família e amigos ali reunidos, novamente pensei sobre a questão “por que os crentes têm de morrer”?

Por que os crentes têm de morrer? O salário do pecado é a morte, e os crentes pecaram. Entretanto, Cristo pagou toda a penalidade por nossos pecados. Então, por que os crentes têm de morrer?

A resposta simples é: “eles não têm”.

Crentes não têm de morrer porque Cristo morreu no lugar deles. Não existe um átomo de penalidade que eles devam pagar. Portanto, Deus poderia transportar os crentes ao céu sem que eles tenham de passar pela morte; assim como ele fez com Enoque e Elias, e ele fará com os crentes vivos durante a volta de Cristo.

Então, crentes não têm de morrer, uma vez que Cristo comprou a liberdade da morte física e a redenção de nossos corpos. Mas, em muitos casos, o Senhor escolheu adiar ou postergar a aplicação desses benefícios até a ressurreição geral de todos. A questão, entretanto, permanece: “por quê?”. Se os crentes não têm de morrer, por que morrem?

A resposta é que Deus sabiamente permite que a grande maioria de crentes passe pela morte devido aos imensos benefícios espirituais da experiência.

1. Morrer nos leva à comunhão com os sofrimentos de Cristo

A morte de Cristo é diferente da morte “sem penalidade” do crente, porque a morte de Cristo foi uma penalidade pelo pecado (nosso pecado). Entretanto, morrer nos lembra do que Cristo fez por nós. Nada nos ajuda mais a entender a morte que Cristo experimentou por nós e, portanto, isso nos leva à uma comunhão mais próxima com Ele e aumenta nosso amor por Ele (Fp 3.10).

2. Morrer nos uma experiência única da graça todo-suficiente de Cristo

Morte corporal ainda é um mal doloroso para o crente. Ele a temerá e sentirá. Quando os últimos momentos aproximam-se, frequentemente há grande dor física e, algumas vezes, medo espiritual. Há também o stress emocional de ver pessoas queridas chorando. Em tempos assim, um crente pode experimentar tremenda ajuda de Cristo. Sua graça mostra-se mais que suficiente nesse momento de grande necessidade.

3. Morrer transforma-nos à imagem de Cristo

Uma das bênçãos de morrer é o rápido amadurecimento do caráter do crente e a aceleração de sua santificação. A pessoa externa torna-se mais fraca, mas seu interior torna-se cada vez mais forte. Embora a morte possa causar um estrago feio no corpo de um crente, ainda assim, sua alma está sendo rapidamente embelezada. Tenho certeza de que muitos pastores viram como a chegada da morte pode resultar em um crente “brilhando” de uma maneira que eles nunca brilharam antes.

4. Morrer é nossa última, e talvez a maior, oportunidade de testemunhar para a glória de Cristo

A morte, de muitas formas, é o teste supremo de fé. Que oportunidade para falar de como a fé em Cristo nos ajuda a morrer e dar vitória sobre o maior inimigo. Quantos incrédulos têm sido convertidos pelas palavras finais de pais ou mães piedosos.

5. Morrer nos leva à presença de Cristo

A morte os transporta à presença de Cristo e a nossa coroação como Seu povo precioso. A morte nos separa temporariamente de nossos corpos, mas une nossas almas a Cristo de uma nova e maravilhosa maneira.

Resumindo, crentes não têm de morrer, mas eles morrem: para ter comunhão com os sofrimentos de Cristo, para experimentar a graça de Cristo, para serem feitos à imagem de Cristo, para testemunhar para a glória de Cristo, para serem levados à presença de Cristo.

Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | Original aqui


Nota: Tive o privilégio de, juntamente com Nilton Rodolfo,conhecer o Dr.Murray pessoalmente em sua vinda à Belém como preletor do Simpósio Os Puritanos no ano passado. Pude conhecer alguém que possui sabedoria, testemunho e sólido conhecimento cristão.

Soli Deo Gloria

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