domingo, dezembro 30, 2007
GQL: Um Ano de Alegria, Sangue e Glória( À Deus).
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Natal: Pagão ou Cristão?

Não há dúvidas do impacto do natal na sociedade, sempre quando chega o final do ano( e consequentemente o natal também), vemos milhares de luzes acesas, juntamente com muitas lojas cantando um "Jingle Bell". Todavia, o natal sem sombra de dúvida ainda é motivo de controvérsia. Tanto teológica quanto socialmente. Na parte “social” o que muitas pessoas reduziram esta festa a apenas um gasto de dinheiro.
Porém dentro de um contexto mais cristão, certamente existem implicações teológicas consideráveis a respeito do natal. Será ele uma ordenança bíblica? Ou simplesmente uma festa pagã? É necessário comemorar o natal, ou simplesmente devemos fazer uma festa social em nossa casa? Mas então e a celebração religiosa? Todas essas dúvidas e opiniões divergentes ainda existem hoje.
De um lado há pessoas que classificam o natal como elementos do paganismo da Idade Média, assim também como da tradição Nórdica. Não é necessário o crente celebrar o natal, uma vez que não há ordenança bíblica para isso, sempre vemos a igreja cultuando a Deus no domingo, e não simplesmente em outro dia. Por falar em dia, o dia em que celebramos essa festa nada mais é do que um dia estabelecido baseado no dia de um deus pagão romano. Ainda existe a polêmica sobre a árvore de natal, seria ela um simples emblema pagão e que visava a idolatria? E que dizer do “bom velhinho”? Seria ele o que afirma meu amigo de caminhada Carlos Eduardo, o “Satã Noel”? Todas essa afirmações e dúvidas devem ser ponderadas pela sabedoria bíblica, por isso, certas observações devem ser feitas aqui.
1º NÃO DEVEMOS CONSIDERAR O DIA DE NATAL COMO DIA SANTO.
Muitos crentes que há muito estão afastados da casa do Senhor, na maioria das vezes, comparecem a celebrações de natal em nossas igrejas, no geral apenas para ver um parente se apresentar em uma “comédia” ou cantata de natal, porém alguns vão simplesmente porque questão de tradição, por achar bonito, ou pior, por considerá-lo um dia santo. Não existe, além do domingo, um dia santo especificado na igreja. É óbvio que devemos santificar o dia em adoração a Deus, e em certo sentido todo o dia é dia do Senhor, todavia, em nenhum momento me sinto obrigado a ter que celebrar o dia de natal, podendo inclusive celebrar, se eu quisesse, em outra data do que 25 de dezembro.
2º O CRISTÃO NÃO É OBRIGADO A IR PARA A IGREJA NO DIA DE NATAL.
Essa segunda consideração está ligada com a primeira, como um natal não é um dia santo, não há necessidade do crente ter a obrigação de ir para a igreja no dia de natal.
3º DEVE HAVER LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA NESTA QUESTÃO.
Muitos crentes que são a favor da celebração do natal condenam outros que preferem não celebrá-lo por questões teológicas. Deve haver respeito de ambos os lados, e nenhuma consciência deve ser forçada a aceitar alguma imposição, se quiser comemorar o natal, comemore, se não quiser, não comemore.
Mesmo depois de todas essas precauções ainda existem certas restrições ao natal, será que ainda devemos comemorá-lo?
Devemos ter em mente o princípio que esse debate gira em torno da questão da adoração. È comum vermos nas igrejas livres(metodistas, batistas, pentecostais) a visão da adoração como gratidão, e não como obediência(não que a obediência não esteja incluída, o que me refiro é a questão da ênfase, claro que isso está invertido em alguns lugares). Enquanto que nas igrejas de tradição reformada(principalmente calvinistas como presbiterianos e anglicanos da ala baixa), a ênfase está na obediência, e não se deve acrescentar nada que não esteja prescrito nas escrituras no culto a Deus.
Essas visões vem desde Lutero a Calvino. Lutero cria que nada que estivesse contra as Escrituras poderia ser utilizada no culto a Deus(obviamente com certas restrições), enquanto que Calvino cria que a Escritura era suficiente para a adoração, e todo e qualquer acréscimo era humano, por isso, extremamente perigosos e não confiável, que estabelece a adoração a Deus é o próprio Deus e não nós. Ou seja Lutero cria no culto a Deus mais como gratidão, enquanto que Calvino cria que o culto a Deus era obediência.
Dessas duas visões, certamente Calvino é mais bíblico do que Lutero. A Bíblia claramente mostra que a obediência é extremamente aprazível a Deus, além do que, ela nos aconselha a não irmos além do que está escrito e também que Deus é quem estabelece a adoração (1Co 4:6, Dt 12:38).
Todavia, isso não significa que não tenhamos espaço para oferecer uma adoração de gratidão a Deus, devemos sim agradecer a Deus por seus atos graciosos para conosco, todavia devemos saber como agradecer. Há respaldo bíblico para lembramos o natal e nos alegrarmos? Certamente que há. Como cristãos, devemos lembrar do testemunho da Escritura a respeito de Jesus, e devemos celebrar a morte de Cristo principalmente, pois isso é tanto por mandamento como que por gratidão, enquanto que o natal é simplesmente uma oferta de gratidão a Deus, que pode ser oferecida ou não pelos crentes. Como já falei, se quiser, celebre, se não quiser, não se celebre. Deve-se lembrar também que o nascimento de Jesus foi um momento especial, a ponto da Escritura relatar este fato, e ela também relata a alegria dos anjos:
“Ora, havia naquela comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias d enoite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhoros cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais,porque eis aqui vos trago boas novas de grande alegria, que será para todo o povo: pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão de exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo:
Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens”(Lc 2:8-14)
Não devemos esquecer algo maravilhoso como este, lembrando que é extremamente recomendável que a igreja utilize desse dia para pregar e anunciar a Cristo.
Soli Deo Gloria
segunda-feira, dezembro 03, 2007
O Traducionismo e Macedo: Assombrosa Distorção

Há certas semanas atrás o mundo evangélico ficou chocado com as polêmicas declarações de Edir Macedo sobre a questão do aborto. Segundo Macedo, que gera a vida não é por necessidade Deus, mas sim o ser humano, o feto é gerado, tanto física quanto espiritualmente pelos pais. A única alma e espírito que foi criado por Deus foi do primeiro homem. Fiquei um tanto chocado e também curioso.
Por mais herege que a definição de Macedo possua, certamente ela nos coloca diante de um entrave teológico. A visão que Macedo defende( ou pensa defender, ainda que não saiba) é traducionismo, visão teológica que defende que quem gera a alma do ser humano, a exceção de Adão, são seus genitores, e não diretamente por Deus. Essa visão não pode ser de um todo desprezível, afinal, as semelhanças entre pais e filhos é por demais evidente, não somente física, mas também espiritual. O caráter dos homens se parece, muitas vezes, por demais com seus pais, muitas vezes mesmo sem ter contato direto. Existe também outra visão teológica, que rivaliza com essa, é a visão criacionista da alma. Nessa visão, os pais simplesmente geram a parte biológica da criança, enquanto que quem gera a alma é Deus. Essas duas visões dividem os teólogos ortodoxos há séculos.
Um exemplo mais famoso é na época da reforma, com Lutero e Calvino. Lutero defendia o traducionismo, enquanto Calvino era um prático criacionista. Meu objetivo com este artigo não é fazer uma ampla reflexão sobre este assunto, a meu ver, ambas as visões apresentam dificuldades e soluções, e na verdade ambas devem estar juntas ao invés de separadas. Todavia meu objetivo aqui é focalizar a questão de Macedo e o aborto. Será mesmo que o traducionismo defende o aborto? Ou pelo menos dá respaldo teológico para isso? Lutero certamente reagiria com veemência contra esta afirmação. Ainda que os pais sejam a causa “primária”( se formos analisar do ponto de vista da soberania de Deus, podemos afirmar que Deus cria a alma por meio do pais, sendo eles a fonte secundária) da criação da alma de um indivíduo, ainda assim isso não nega a questão desse mesmo indicio: o feto é um ser humano distinto e com direito à vida. Do ponto de vista ainda mais bíblico, não se pode tirar a vida de um ser humano deliberadamente. Isto é assassinato. Fora isso ainda que os pais tivessem certo direito sobre o feto ainda assim estariam em pecado, haja vista a Bíblia dizer que os filhos são herança do Senhor, não tendo eles direitos absolutos sobre a criança. Por isso é que traducionistas como Lutero não viam nenhum problema com sua visão e a rejeição do aborto.
Por isso, por mais que Macedo tente se justificar com pretexto de traducionismo, ainda assim sua opinião não se sustenta. Portanto, é por demais absurdo que ainda existam pastores e líderes que sejam a favor do aborto, e pior ainda são os crentes que se deixam levar por tal doutrina sob pretexto de auto piedade para com a genitora ou até mesmo por egocentrismo. O aborto é certamente anti-bíblico e anti-teológico, qualquer tentativa de justificá-lo não passa de perversão da moral cristã. Que estejamos alertas e firmes contra os falsos profetas.
Soli Deo Gloria