segunda-feira, dezembro 31, 2018

Servorum 2018: sob a cruz e a glória.

O apóstolo Paulo certamente deve ser considerado como um dos homens mais notáveis da história do cristianismo. Inúmeros livros, pregações e polêmicas durante a história da igreja envolveram Paulo, sua teologia e seus escritos inspirados. Dentre os temas da teologia paulina, não há como não destacar a ẽnfase que o apóstolo dá à glória de Deus. Aos coríntios Paulo diz: Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31). O foco do apóstolo certamente é a glória de Deus. Essa glória se encontra em Cristo Jesus e este crucificado e ressurreto. Parafraseando Lutero, podemos dizer que a "teologia da glória" paulina se encontra na "teologia da cruz", ou então, a primeira é claramente exposta depois da última. Cristo é o Senhor pré-existente que,  vindo  a este mundo, voluntariamente se humilha até a cruz para depois ser recebido em glória (Fp 2.8-9 / 1 Tm 3.16). Ele que morreu de maneira humilhante, e por isso, Deus o exaltou de maneira inigualável (Fp 2.9-11). O tema da glória e do sofrimento se reflete igualmente na vida cristã, como bem demonstrou Paulo e os demais apóstolos no Novo Testamento.

No ano de 2018, mais do que nunca estes elementos se mesclaram. Tempestades vieram,  bonanças também. Em casa, bençãos,  bençãos e mais bençãos O Senhor Deus me abençou-me com uma bela menina, já meu amigo, Nilton Rodolfo, terá seu primeiro filho em 2019. No ministério, lutas e alegrias e depois, lutas novamente;  depois, mais alegrias.

O fato é de que aquele que segue ao Senhor Jesus sempre encontrará as bençãos e as lutas, mas até as lutas, estão no contexto das bençãos, pois assim é, enquanto estivermos nesta vida.

Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.
 As bençãos de Deus são incontáveis, e mesmo as aflições ou tribulações não se comparam com aquilo que Deus fez por nós neste ano, e acima de tudo daquilo que ele fez por nós em Cristo 

Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. 

É por esse motivo que o apóstolo se gloria em tudo, pois tudo coopera para o bem na vida do crente, inclusive a tribulação, que produz experiẽncia e por conseguinte a experiẽncia e esperança (Rm 5.3-4).  
Muito Deus  fez aos editores deste blog, e temos convicção: muito Ele ainda vai fazer. Mas acima de tudo, devemos nos gloriar e alegrar de tudo o que recebemos, e sermos agradecidos, o que inclui os seguintes pontos:

a) Sermos agradecidos no ministério: As aflições ministeriais fazem parte daquele que milita no ministério da Palavra, todavia, isso não deve nos desanimar, mas reconhecer que em tudo teremos galardão, se formos fiéis (1 Co 9.15-16). Sirvamos mais, reclamemos menos.

b) Sermos agradecidos pela família: Depois da salvação, não há presente mais importante do que a família, devemos louvar a Deus  por nos ter dado maridos/esposa e filhos (Sl 127.3-4). Há muitos que se encontram longe de sua casa, longe de bons relacionamentos familiares e  alguns nem família possuem. Mesmos nestes últimos, casos, Deus sempre será o refúgio (Sl 68.6).

c) Sermos agradecidos por termos o Senhor Jesus Cristo: Não há benção maior do que esta. Em Cristo, alcançamos a reconciliação, Em Cristo, temos a bendita esperança e a firme certeza de estarmos resgatados do pecado e firmes em Deus para sempre.

 Tendo essas três perspectivas em mente, certamente teremos nossos corações agradecidos e confortados. É importantissímo termos em mente que, a despeito de qualquer tipo de benção material ou sucesso que que tivemos em 2018. A maior, sem sombra de dúvida, ter a graça da presença de deus em nossa vida. 

Que Deus continue derramando a sua benção neste ano de 2019. Não somente a nós, mas a todos os nossos leitores. Sob a cruz de Cristo, para a glória de Deus.

Um feliz ano-novo nas bençãos e na presença de Cristo!

Soli Deo Gloria

segunda-feira, dezembro 24, 2018

Natal: Achemos o menino!

E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regoziram-se muito com grande alegria. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra. Mateus 2:9-11 

Os três homens haviam andado muito tempo em busca do menino, eles vinham do oriente e foram à Jerusalém. O que os guiava na busca pelo menino era uma estrela brilhante, que não parava fixa em lugar. Depois de encontrarem com um impiedoso rei e continuarem sua busca, finalmente viram a estrela se fixar. A Escritura relata: "... e eis que a estrela, que tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, regozijaram-se muito com grande alegria." (Mateus 2. 9-10). Não há dúvidas da beleza do episódio bíblico que relata o nascimento de Jesus, e com certeza a busca dos magos nos faz pensar e refletir: o foco da busca era o menino.

Para os crentes em Cristo, o natal sem dúvida é uma data especial. Muitas igrejas protestantes/]evangélicas celebram o "advento", a encarnação do Verbo de Deus, o Senhor Jesus. Não é a à toa que há muitas luzes no natal, sendo que podemos dizer que naquela noite, possivelmente mesmo não havendo muitas estrelas, a Luz do mundo veio e "tabernaculou entre nós" (Jo  1.14).

O episódio dos magos (ou "sábios") é um dos mais queridos e lembrados nesta época. De maneira interessante, vemos que há uma leve discrepância, que encontramos nas bíblias baseadas no Textus Receptus, como é o caso da passagem de Mateus 2.11:


"E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe,e, protando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra" (ARC).
"E, entrando na casa, eles viram o menino com Maria sua mãe e, prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra" (BKJ Fiel - 1611).

Enquanto que a ARC diz "acharam", a versão portuguesa da King James (em consonância com a versão inglesa) afirma que os magos "viram". A diferença aqui não é meramente uma questão de tradução de uma mesma palavra grega, mas da tradução de uma variante nos manuscritos bíblicos, que envolve o Texto Bizantino, a Poliglota Complutense e o Textus Receptus.

Qual das variantes é a correta? Se formos seguir a maioria, "eidon" de longe é a preferida, ainda que "euron" também se enquadre perfeitamente no contexto do texto bíblico. Um ponto digno de nota é que "euron" está também presente na Vulgata latina (invenerunt), mostrando que a leitura atesta de boa antinguidade, ainda que seja minoritária em grego.

Seja como for, o sentido aqui é claro: Os magos já haviam visto a estrela que os conduzia a Cristo, o que trouxe a eles grande alegria. Todavia, não bastava encontrar uma evidência, um sinal, que apontasse para Cristo. Era necessário encontrarem o Salvador, e isso fizeram, quando entraram naquela casa, e viram o Deus-homem, quando o "viram", também o "acharam".


Que possamos seguir o mesmo exemplo destes homens. Que possamos relembrar do momento quando Deus nos chamou, quando nos conduziu pelas evidências, de maneira alegre  também entrarmos em um relacionamento com Cristo. Que possamos nos alegrar por tê-lo visto e, ao vê-lo, o achado. Não há bem maior que possamos ter do que Jesus Cristo, o Messias. Que você possa, caro leitor, caso ainda não o tenha conhecido, também o possa ver e se regozijar n'Ele.

O blog Servorum Dei deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal!
Soli Deo Gloria.