terça-feira, dezembro 31, 2013

GQL 2013: Em firmeza e em constância no Senhor.



O ano de 2013 se aproxima do final e, olhando para o que passou, só podemos nos alegrar e glorificar o nome do Senhor.  Neste ano, tanto eu como Renan Diniz fomos abençoados com a benção do matrimônio com as mulheres que amamos. No linguajar popular do crente: esperamos, e Deus nos abençoou! E como toda a vida de casado, novos desafios e responsabilidades surgem. Busca-se, com alegria, glorificar a Deus.

As atividades eclesiásticas foram constantes, sendo que um dos picos altos foi a III Conferência Graphe, realizada no mês de outubro. Particularmente, nunca imaginei que o trabalho em uma pequena congregação fosse mais firme, profundo e empolgante, o que exigiu bastante concentração e esforço, tanto minha quanto de outros membros do blog, como Nilton Rodolfo, Janyson Costa e Carlos Leite. Fora o trabalho secular e os estudos universitários, que igualmente não puderam ser menosprezados.

Com isso. inevitavelmente o blog GQL sofreu bastante com a grande escassez de artigos. No total, apenas(com este incluso) 9 artigos foram publicados (pequeníssimo comparado com os 38 de 2012 e  87 em 2011), a maioria constituindo-se de resenhas de livros. Sentiu-se falta dos devocionais de Nilton e dos artigos teológicos e filosóficos de Janyson. Porém tudo isso deveu-se a atenção dada a tarefas importantes porque não, igualmente bíblicas, teológicas e devocionais. Ainda assim, esperamos que, se Deus quiser, possamos escrever um número maior e considerável de artigos. Temas não faltam, em especial concernente a doutrina pentecostal e e sua realidade brasileira.

Em 2013, o blog completou 6 anos de existência, sendo que em 2014 completará 10 anos de formação inicial do grupo. Durante todo esse período, pudemos contemplar, a partir do foco regional e nacional de nossa denominação, o perigo espiritual cada vez mais frequentes que rodam o corpo de cristo, e de maneira particular, o pentecostalismo assembleiano. Mesmo em momentos de paz, não deixamos de ter dúvidas que as lutas  são frequentes diante de uma geração de jovens crentes biblicamente iletrados e superficiais. É com pesar que vejo quase 80% dos adolescentes e jovens com que convivi estarem desviados ou vivendo uma subcultura de cristianismo.  uma nova geração surge, e infelizmente parece que os males da anterior já estão cada vez mais se impregnando na atual. Ainda assim, sabemos que Deus é soberano e nos proporciona grandes alegrias. Neste ano, Deus no deu a graça de conhecermos e ensinarmos jovens e adolescentes que ouviram falar de nós, ainda que de maneira extremamente negativa (conhecendo as controvérsias relatadas neste blog, o leitor deve imaginar o porquê). Ao procurarem saber mais, acabaram por juntar-se anós no combate da Fé. E isso, por certo, nos cumula de grande alegria. Nestes momentos ecoa a palavra do Salmista:


"Grande é o Senhor, e mui digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável. 
Uma Geração louvará tua obras a outra geração, e anunciarão as tuas proezas.
Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas.
E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza.
Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça.
Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia."

Salmo 145:3-8.

Só podemos louvar e engrandecer ao Senhor, e pedindo graça para que, em 2014, pela graça de Deus não nos afastemos com o incentivo do apóstolo Paulo: continuar continuando, com alegria, firmes e constantes na obra do Senhor, pois sabemos que o nosso trabalho, no Senhor, não é vão (1 Co 15:9) .


Um feliz 2014 a todos os leitores, amigos e irmãos do blog Geração que Lamba.

                                                                                                                                      Soli Deo Gloria.

terça-feira, dezembro 24, 2013

Deus manifesto na Carne






"E, sem dúvida, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em Carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregados aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória".

                                                                                                                              1 Timóteo 3:16.


Nos tempos em que vivemos, é comum vermos, na época de natal, cada vez mais pessoas correndo de um lado para o outro em busca de compras para o seus familiares e amigos. Não poucas vezes o stress aparece e o que seria um momento de reflexão, mesmo em meio aos cristãos, acaba sendo um momento vazio e e destituído de valor. Na passagem acima, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espíri:to, tece esta bela verdade histórica em uma linguagem sonoramente poética: Deus foi manifesto em Carne¹, tal afirmação está intimamente ligada com João 1:14², onde o apóstolo João afirma que o Verbo se fez carne. Há profundas verdades neste texto, dentre as quais, podemos destacar:


- Deus é gracioso: Ao vir a este mundo e assumir a natureza humana, O Senhor Jesus revelou a graça de Deus, seu favor imerecido, sua bondade para com os homens(Lc 2:14 ). Deus enviou seu filho não porque éramos homens imperfeitos querendo acertar, mas porque éramos pecadores, alienados de Deus e por natureza, filho de Sua ira, porém , ainda assim, Deus nos amou perfeitamente (Jo 3:16).

- Deus é Fiel: O nascimento de Jesus revela a maravilhosa soberania de Deus, que guiou a história de tal maneira que tudo o que ocorreu, ocorreu segundo seu santo e perfeito plano, e suas promessas para com o seu povo, foram cumpridas: havia chegado então o go'el( hb. resgatador), aquele que libertaria o povo de Deus( Mq 5:2).

- Deus é verdadeiro: Cristo é a plenitude da Verdade, ele é a Verdade (Jo 14:6 ). Nosso Senhor demonstra que esse foi um dos propósitos de Seu nascimento. Através da verdade, é que somos salvos (Jo 18:37).

Deus está perto de nós: Em Jesus, vemos de maneira clara o intenso desejo de Deus manifestado desde o antigo Testamento, através das Teofanias, do Anjo do Senhor, do tabernáculo, dos templos de Salomão e de Zorobabel: Deus habitar entre os homens. Ele fez isso de de forma plena. Deus é real e verdadeiro, não é uma simples ideia ou conceito filosófico, mas um Deus pessoal que amou tremendamente os homens para o louvor da Sua Glória. Moisés olhou para Deus "de costas". Hoje, podemos contemplar a face de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Nas palavras de David Murray, Cristo é "a visível face de Deus"³. Em Cristo, cumpre-se o anelo do salmista Davi,  Deus não escondeu o Seu rosto (27:8-9), benditos são aqueles que não viram e creram, e sabem que um dia o Verão (cf. Jo 20:29/ Mt 5:8), pois ele é Deus conosco (Mt 1:23, cf. Is 7:14) .


À luz de tudo o que foi dito, ou seja, Deus é gracioso, Fiel, verdadeiro e presente, não nos resta mais coisa alguma, a não ser declarar como Tomé: "Senhor meu, e Deus meu!" (Jo 20:28). Que você possa se juntar com o anteriormente incrédulo apóstolo e confessar: Cristo Jesus é Senhor, para a glória de Deus-Pai.

O blog Geração que Lamba deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal nas bençãos do Emanuel!

AMÉM.

Soli Deo Gloria

Notas:

1. A maioria das Bíblias atuais segue o texto grego crítico, que adota a variante "aquele que se manifestou em carne", omitindo a palavra "Deus". Todavia, a variante "Deus" é atestada pela maioria dos manuscritos gregos e citações dos Pais da Igreja, sendo adotada pelos Texto Recebido, Majoritário e pelo Texto Patriarcal da Igreja Ortodoxa Grega. Não há motivos, a meu ver, para não considerar tal variante como legítima. (para mais informações vide PICKERING, William. Qual o Texto Original do Novo Testamento? Disponível em: http://issuu.com/victorleonardobarbosa/docs/qual_o_texto_original_do_novo_testamento).
2."E o verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de Verdade".
3. MURRAY, David. Jesus on Every Page. Nashiville: Thomas Nelson Publishers, 2013. p. 76

sexta-feira, agosto 30, 2013

Cristo no Antigo Testamento: Uma Resenha do Livro " Jesus on Every Page" de David Murray.




Sempre tive certo fascínio pelas histórias do Antigo Testamento, mesmo quando menino estudando em uma escola católico-romana, via-me fascinado pelas histórias da Bíblia, sendo que em 1997, ao ganhar uma Bíblia de Aniversário, comecei a ler Gênesis. Passando por Adão, Noé, Abraão e Isaque, lembro-me da impressão que tive ao ler a vida de Jacó e seu relacionamento com Esaú, que iniciou com maquinações, desbocando em ódio até chegar a uma reconciliação. Lembro-me também do impacto que tive ao ler Eclesiastes, quando na época, era cercado por traços de filosofia existencialista de certo colega na escola. Ainda que tais histórias sejam extremamente edificantes, do que simplesmente tratam? Qual a relação entre elas?  Como o Antigo Testamento tem sido interpretado pela igreja contemporânea? Diante disso, o livro Jesus On Every Page, lançado pela Thomas Nelson publishers. escrito pelo pastor e professor de Antigo Testamento David P. Murray, têm muito a acrescentar.

Murray, Doutor em Ministério pelo Reformation Theological Seminary, é simples e objetivo  ao responder a pergunta: "qual é o assunto principal do Antigo Testamento?" A resposta é muito clara: Cristo. Partindo de sua própria experiência durante os anos no que tange à leitura e interpretação do Antigo Testamento (o que ele chama de "minha estrada para Emaús"), Murray trata acerca das principais leituras feitas hoje por vários teólogos e pregadores, assim como tipos de pregação, detectando um grave problema: A falta de um foco cristocêntrico. Tendo como base a leitura de Lucas , onde Jesus encontra dois discípulos rumo a Emaús e outros trechos relacionados, Jesus mostra que todo o Antigo Testamento testifica acerca d'Ele, sendo que só podemos interpretar o Antigo Testamento tendo como base o próprio Evangelho.

O livro é divido em duas partes. A primeira, subdividida em  6 capítulos, busca dar a resposta "Qual é o assunto principal do Antigo Testamento?", sendo que tal resposta é encontrada nas afirmações de João, Pedro, Paulo e também do próprio Jesus: As Escrituras Hebraicas testificam acerca de Cristo. Na segunda parte, partindo da resposta dada na primeira, o autor procura mostrar como "descobrir" ou ler  Cristo no Antigo Testamento como, por exemplo, na Criação, na Lei, nos profetas, no Anjo do Senhor, entre outros.

AVALIAÇÃO.

Escrito de forma simples e límpida, a obra é extremamente proveitosa tanto para  leigos no assunto quanto estudiosos, tendo em vista que Murray cita vários teólogos e eruditos,  antigos e atuais como, por exemplo, Irineu de Lião e Sidney Greidanus. A Obra também serve como excelente introdução para o método Histórico-Redentor de interpretação para a teologia bíblica do Antigo Testamento assim como para a Homilética cristocêntrica do Antigo Testamento. 

As questões práticas também são abundantes na obra de Murray. No oitavo capítulo, por exemplo, Murray analisa como pregar a Cristo a partir dos personagens do Antigo Testamento. Sem querer menosprezar a importância destes como exemplos para o cristão, o doutor Murray mostra que pregações centradas apenas nos personagens estão gravemente incompletas, o que transforma as atuais mensagens bíblica mais em conselhos de auto-ajuda do que realmente o anúncio do Evangelho e edificação da igreja.

A obra de Murray é de extrema importância para a vida da igreja, em especial a da igreja brasileira, que ainda em determinadas ocasiões, ou menospreza o Antigo Testamento, ou o utiliza indevidamente (como temos visto na maioria das pregações sobre prosperidade). Recomendo de todo o coração a leitura deste livro.

                                                                                                               Soli Deo Gloria.


Para adquirir o livro de David P. Murray acesse o site  Amazon.

Acesse também o site do Livro: www.jesusoneverypage.com


quinta-feira, julho 11, 2013

Graças a Deus por Sua Soberania!

Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças" (Filipenses 4.6). "A soberania de Deus é algo intrínseco ao Seu ser majestoso, pois se Deus não fosse soberano a Sua divindade seria falaz. De fato, se Deus não fizesse tudo o que lhe apraz Ele não seria Deus [1].

Creio que a verdade da soberania de Deus deve ser objeto de meditação mais profunda de nossos corações, porque tal doutrina é fonte de grande conforto para nós. Caso você esteja passando por lutas em sua vida cristã e por isso possua dúvidas se você perseverará até ao fim no caminho do Senhor, lembre-se da soberania de Deus. É Ele que opera em você tanto o querer quanto o efetuar [2] e, tomando as palavras de Paulo mais uma vez, "tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" [3]. Guarde isto em seu coração: Deus não deixa as suas obras pela metade, se Ele começou a Sua boa obra em você, Ele a completará. Continue servindo ao Senhor, com arrependimento e fé, de todo o seu coração.

O Deus soberano criou homens responsáveis por seus atos. Isto é importante de ser lembrado, para que você (e eu) não caia no erro de que não temos de tomar decisões em nossas vidas pelo fato de Deus ser plenamente soberano. Pelo contrário, ao invés da soberania de Deus excluir a nossa responsabilidade diante da vida, ela é um incentivo para que ajamos com sabedoria. Porquanto, soberanamente, Deus nos instrui por meio de Sua Palavra revelada, a fim de que pela obediência à Sua santa Palavra Ele seja glorificado e nós sejamos abençoados [4]-[5].

Além disso, a realidade da soberania total do Senhor Deus é uma bênção para nos motivar em nossas orações. Porque ela nos lembra de que Deus é poderoso para fazer muito além do que pedimos ou pensamos, segundo a Sua boa vontade [6] - de fato, se compreendermos com mais profundidade que estamos falando com o Senhor dos senhores em nossas orações, com certeza, seremos mais fervorosos e reverentes ao fazê-las.


 Renan e Paloma
Pois bem, antes de finalizar esta breve reflexão, eu gostaria de tratar acerca da soberania de Deus no aspecto pessoal de nossas vidas. É um grande erro crermos que Deus é soberano somente sobre nossa salvação, santificação, vida de oração e demais aspectos espirituais; e não reconhecê-la sobre nossos estudos, profissão, relacionamentos em geral, namoro, noivado, casamento e tudo o mais que envolve nossas questões mais pessoais. Se Deus é soberano (e de fato Ele o é), Ele é soberano sobre toda a nossa vida. Que descansemos na soberania de Deus em tudo, de acordo com as palavras de Paulo citadas no início deste texto. Oro ao Senhor para que Ele nos ajude a estudar, trabalhar e tomar nossas decisões, estando certos de que todas estas coisas estão sob o Seu cuidado providencial. Sabendo que Ele é fiel para guardar o nosso coração e nos abençoar de acordo com a Sua vontade.

Victor e Geisi.
Finalmente, gostaria de testemunhar da soberania de Deus na vida dos membros deste blog. Dentre inúmeras bênçãos, neste ano, nossos amigos e irmãos Renan e Paloma; e Victor e Geisiele contraíram matrimônio para a glória da soberania de Deus. Sabemos que tudo isso é graças a Ele. Que o Senhor abençoe e guarde estes novos casais em Seu santo caminho.

Aos casais de namorados e noivos que ainda estão se preparando para o dia abençoado do casamento, que descansem na graça e na soberania de Deus. Ele está no controle de tudo. 

 
Que depositemos nossa fé nEle, e não em nossas forças, dinheiro ou qualquer outra coisa. 

Que Deus seja glorificado.



Notas:
[1] Sl 115.3.
[2] Fl 2.13.
[3] Fl 1.6.
[4] Dt 29.29.
[5] Dt 6.1-3.
[6] Ef 3.20.

sábado, maio 18, 2013

“Não importa somente o destino, importa também a estrada”




Gostaria de iniciar este artigo citando esta frase: “Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é, pois, fazer estradas!” – Washington Luís 1 .

Mas você pode se perguntar o que isso tem haver com um blog evangélico? Na verdade nada, mas servirá para uma análise do “governo” da igreja e os tipos de estradas que estão sendo construídas no sul do Pará (quem sabe no Brasil).

Não é novidade para ninguém que anda por esse Brasil a fora a precariedade das estradas, mas vou me atentar as do sul do Pará, local onde tenho trafegado no último ano. Tenho chegado a locais sem saneamento básico, água tratada, energia elétrica, telefones e de grande dificuldade de locomoção (estradas cheias de buraco, estradas de piçarra com buracos, estradas com atoleiros) locais estes que necessitam de melhor atenção do poder público e, como citado na frase, de melhores estradas. Mas será que o meio tem que influenciar tanto assim o desenvolvimento da igreja? Até onde isso pode enfraquecer o Evangelho de Cristo? Vou dar a resposta de antemão, em NADA. Mas vou agora relatar fatos sobre pessoas que se dizem evangélicas, que presenciei de perto e até muitas das vezes por elas fui posto à prova.

1) Conheci uma adolescente de 13 anos que frequenta a AD (dos tantos Ministérios e Convenções que existem por essas bandas) que tinha casado (amigado) com o consentimento dos pais e do obreiro da sua congregação com um rapaz de 27 anos, mas já era viúva, pois o mesmo tinha sido morto por pistoleiros;

2) Igreja da AD que não tem EBD, pois os membros na sua maioria não compravam revista;

3) Aluno meu dizendo que o pastor dele disse que é o sol que gira em torno da Terra (Geocentrismo?);

4) Aluna que “virou crente” e só vem um dia sim outro não, pois o pastor “revelou” que se ela viesse todo dia uma desgraça iria recair sobre ela;

5) Fui cortar o cabelo, aí o barbeiro me perguntou se eu era evangélico, respondi que sim. Ele perguntou como seria o corte e disse para baixar um pouco, ele se espantou e me contou que certa vez foi um senhor cortar o cabelo, mas antes perguntou se ele fazia “corte de crente”, por sua vez bem educado perguntou se era corte social. O senhor respondeu que não era de crente, pois todo crente tem o mesmo corte de cabelo;

Coloquei apenas cinco fatos, mas que para mim são o bastante para retratar o nível de calamidade que nossos irmãos demonstram a sociedade, trazendo males eternos para os crentes, e sendo um escândalo e escarnio para os não crentes . Mas onde está a igreja que é a coluna da verdade? Aquela que faz a diferença na sociedade? Acredito que está semelhante às estradas que são usadas para chegar às mesmas, com tantos buracos teológicos e sem muita das vezes firmadas no melhor asfalto que é Cristo.

Vou listar alguns buracos e até pedaços desta estrada que estão faltando.

1) Pedaço da estrada Ensino da Palavra pura e simples;

2) Buraco da “fábrica” de pastores em série, com o discurso de “(. . .) grande é a seara e poucos são os ceifeiros”;

3) Buraco da falta de investimento teológico de qualidade para o crescimento do ministro;

4) Buraco de um coração humilde e contrito para obra de Deus;

5) A estrada toda da Confiança na Supremacia de Deus.

Gostaria de terminar com uma frase de Jonh Bunyan sobre o processo de conversão, processo este tão negligenciado em nossos tempos, e acredito que evitaria alguns buracos.

“A conversão não é um processo suave e fácil como algumas pessoas imaginam; se assim fosse o coração do homem jamais teria sido comparado a um solo não cultivado, e a Palavra de Deus, a um arado.” - Jonh Bunyan 2.


A Paz do Senhor


Obs.: Peço oração para que Deus me dê graça e conhecimento, pois muitos dos casos relatados e os não relatados são de alunos meus.

Bibliografia:

1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Washington_Lu%C3%ADs

2https://www.facebook.com/photo.php?fbid=684796181546655&set=a.320598784633065.99106.311692538857023&type=1&theater

sábado, abril 13, 2013

CGADB 2013: O partidarismo mata, mas o Espírito Vifica






Desde algumas semanas que não há postagens regulares no blog GQL, isso se deve em grande parte a várias tarefas: trabalho, família, faculdade, e também o ministério em uma pequena congregação assembleiana local. Longe da opulência da realidade que nos cercava quando estávamos na Igreja-Mãe, as lutas foram diferentes, assim também como os desafios enfrentados (que apesar de aparentemente mais simples, também possuíam forte confronto pessoal), todavia, tudo dentro de um contexto de uma igreja local. Tais preocupações e ambiente tiraram dos escritores "principais do blog" (Janyson, Nilton e eu) não somente a frequência ao escrever (algo que esperamos mudar), mas também nos distancia da fadiga e das lutas políticas que enfrentamos tempos atrás, pelo menos, partindo de minha experiência pessoal. Tal afastamento foi, a meu ver, extremamente positivo. Todavia, isso não significa que ficamos totalmente alheios ao que acontecera nesse período (algo impossível dentro de um contexto assembleiano), porém nossos focos e atenções principais foram dirigidos a algo mais próximo (e por certo infinitamente mais importante do que horas a fio nos meandros da política dentro instituição eclesiástica): a preciosa vida das ovelhas de nossas igrejas. 

Desde minhas últimas postagens acerca da CGADB e do estado em que esta se encontra atualmente, pouca coisa mudara. No cenário atual, nenhum dos partidos por assim dizer traria realmente uma mudança substancial para a CGADB e um refinamento ministerial para o benefício da igreja, juntar-se a algum deles ou apoiá-los não seria necessariamente insensatez, mas desperdício de tempo e fadiga desnecessária. Caso o pastor Samuel Câmara fosse eleito, por certo sentiríamos certo ar de renovação e um considerável dinamismo, que traria alívio em muitos aspectos, mas a meu ver, isso só se daria no âmbito administrativo para eclesiástico. A ênfase em um ensino bíblico sadio que os membros de nossas igrejas receberiam, através de um profundo e ortodoxo conhecimento bíblico vindo de pastores genuinamente vocacionados íntegros não encontra voz no partido nortista (assim também como no sulista), muito menos espaço no atual cenário político assembleiano. Para quem está no centro, o cenário é desolador e leva a desilusão, mas para quem está a margem, é propício à reflexão.

Durante muito tempo eu tenha sido visto com alguém aliado de Wellington e de sua política eclesiástica, haja vista sempre parecer que eu tecia críticas mais profundas ao ministério da igreja-mãe, mesmo sendo um de seus filhos, a resposta que dou a isso é muito simples: sei falar muito mais e também melhor do ambiente em que convivo do que o do vizinho distante. O conhecimento que possuo do sul vem do relato confiável de irmãos em Cristo que convivem de perto com essa realidade; e também daquilo que vi quando visitei a igreja do Belenzinho em outubro do ano passado. Por mais valiosos que esses relatos sejam não há como formar uma crítica abrangente de quem vive lá. O que vi no templo do belenzinho reflete bem o ministério de Welligton: nas cadeiras dos pastores, que ficam atrás do púlpito, há uma cadeira especial, que na verdade mais se assemelha a um trono, toda banhada em ouro (pelo menos eu acho), reservada apenas ao pastor presidente, e naquela época, havia também grandes cartazes com a foto do presidente anunciando, se não me engano, a publicação de sua biografia. A pregação daquele dia fora simplista, superficial e eisegética. Todavia, não há dúvida que a despeito de suas falhas, houve contribuições para o ensino bíblico, ainda que de forma indireta. Durante seu governo, a CPAD investiu em livros teológicos profundos e de sabedoria bíblica. Ainda que houvesse graves erros, como a publicação da Bíblia Dake, e alguns livros de qualidade bíblica duvidosa. Com certeza há outras coisas piores e que vai além de meus conhecimentos

Porém sei o que vejo em meu contexto. Quanto a igreja mãe, lembro-me que na época do centenário, houve uma intensa campanha de arrecadação de fundos para a construção do Centro de convenções, feito às pressas e em pouquíssimo tempo, tendo também um alto custo em sua construção, a solução adotada fora a obrigatoriedade feita para as ofertas dos membros das igrejas locais. Com isso vinham bingos, sorteios semanais de carros zero-quilômetro, festas sociais. Membros que precisavam de uma ajuda financeira davam grandes fatias para o "desafio do centenário". O grande problema é que mesmo passada as celebrações, os cupons permaneceram, assim também como os sorteios; caso o pastor local não consiga vender tais cupons, o clima de "fraqueza pastoral" sente-se no ar e o medo de perder o ministério, torna-se um grande temor. Há escolas de pregadores na igreja mãe (pelo menos até certo tempo existia), para auxiliar os jovens pregadores. Porém o modelo de pregador adotado é o do atual ministro de direitos humanos (falo de teologia e homilética, não de questões políticas). A teologia da prosperidade e o analfabetismo bíblico andam juntos em cursos como esse. Há também outras alas, mais voltadas ao pragmatismo neopentecostal, refletido principalmente no ministério de adolescentes, jovens e até mesmo nos casais. Aqui, a filosofia de ministério é pautada por eventos e encontros. A escola dominical é considerada o ministério por excelência, mas é óbvio que deve ceder a atividades mais contemporâneas como cultos de vale-tudo, e outros com temáticas absurdas e superficiais.

Não quero com isso passar à ideia que a igreja-mãe não possua qualidades, muito menos as congregações filiadas a ela, muitas tendo pastores e membros sinceros e genuinamente devotados ao Senhor. Nem tampouco conheço o coração do pastor Samuel Câmara, o qual tenho respeito e carinho desde a adolescência, porém não há duvidas que tais elementos existam por seu consentimento,  sendo que claramente os vemos em seus métodos e filosofia de ministério.

O resultado dessa eleição nos mostra uma coisa: teremos mais do mesmo. Fazendo um retrospecto, pude ver que muita ênfase é dada a eleição, como se o dia de votação fosse o dia "D". A esperança do surgimento de uma nova via, comandada por algum candidato firme e íntegro que apareceria e transformaria todo o sistema era, em termos práticos, quase messiânica para alguns. Mas só há um Messias, este foi morto e ressuscitou e está assentado a direita do Pai. Uma mudança é lenta, e às vezes imperceptível.  A mudança não se encontra em uma eleição, mas em nossas igrejas locais, através de obreiros vocacionados, íntegros, cheios do Espírito e poderosos nas Escrituras, que busca formar, pela graça de Deus, uma membresia biblicamente saudável. A reforma deve vir a partir do fundamento dado pelo Espírito: a Palavra de Deus. Por muito tempo, afirmei que dentro de todo esse contexto, deveríamos buscar fazer a nossa parte. Mas que parte era essa? Administrativa? Política? O apóstolo Paulo tem muito a nos ensinar: Cumpre bem o teu ministério (2 Tm 4:7). É óbvio que precisamos de uma liderança boa, íntegra e escrava da cruz a frente da CGADB. Esse é o desejo de meu coração. Porém para uma CGADB firme, precisamos de pastores íntegros, e isso só se forma em nossas nossas congregações locais. São os que permanecem firmes na Palavra e dispostos a pagar o preço é que começarão a serem instrumentos de mudança ali. Enquanto isso, teremos administradores cuidando de seus negócios. A mudança não deve começar simplesmente no sistema político, mas na igreja. A CGADB não reflete simplesmente seus males, mas os males dos líderes, e a questão se encontra no próprio conflito da igreja. Para termos uma CGADB saudável, precisamos de igrejas saudáveis, e isso só acontece quando líderes dão exemplo ao seu rebanho, um exame bíblico e ético. A mudança deve ocorrer no sistema da escolha de pastores das congregações, e não de partidários a uma organização.


Parafraseando apóstolo Paulo, o partidarismo, pelo menos como se vê hoje, mata e destrói, mas os firmados em Cristo serão vificados e renovados. Aos tantos pastores genuínos e que verdadeiramente se preocupam com tal situação: descansem, voltem para casa, e para os braços de suas amadas ovelhas. Estas por sua vez, os receberão igualmente com braços abertos.


                                                                                                                          Soli Deo Gloria

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Vale a pena ler: O Jesus que Nunca existiu



Há diversas obras no mercado de livros buscando oferecer sua perspectiva própria acerca de Jesus: O Jesus marxista, O Jesus hinduísta, o Jesus Gnóstico. Várias imagens e representações de Jesus têm sido oferecidas ao público nos últimos anos, porém, o que teria a ortodoxia bíblica a dizer sobre isso? Sempre procurei um livro que tratasse de forma simples e profunda essa questão, partindo, é claro, do pressuposto ortodoxo, fiel ao retrato do Senhor Jesus como mostrado pelos evangelistas. Pela graça de Deus fui presenteado há alguns anos com um livro pouco conhecido no Brasil: Em O Jesus que nunca existiu, o teólogo Wayne House confronta as visões predominantes que existem sobre Jesus, porém vai muito além disso.

A proposta de House é simples: Entender Jesus à luz do Antigo e Novo Testamento, assim também como do contexto judaico onde Jesus nasceu. Porém, para chegar a esse objetivo, House faz um panorama do entendimento de Jesus no decorrer dos séculos, começando com a família de Jesus, a igreja primitiva, a idade média e reforma até chegar em tempos recentes com as convicções acadêmicas liberais. O panorama de House é simples e surpreendente.

Uma das principais contribuições de House, além de defender o retrato bíblico de Jesus como relatado nos evangelhos como sendo o único autêntico e autorizado, é  fornecer dados e análises sobre a pessoa de Jesus como apresentado nas religiões, academias e nas atividades culturais. O capítulo onde trata da arte cristã durante o período da Reforma e Contra-reforma proporciona uma excelente visão sobre o período, assim também com a sobras artísticas produzidas e períodos posteriores. 

Dentro do cenário acadêmico, House avalia os benefícios e falhas da dita "Terceira Busca pelo Jesus Histórico", vertente acadêmica recente que tenta compreender Jesus dentro do contexto judaico de sua época, além de tratar das visões anteriores.

A obra de House é abrangente, porém posta de maneira simples e sem o excesso de tecnicismo acadêmico (ainda que a obra esteja cheia de referências acadêmicas), ideal para um leitor de primeira viagem quanto àquele que já leu obras dentro desse assunto. O objetivo do autor é claro: Mostrar quem é o Jesus real, em contraste com todos os outros apresentados tanto por acadêmicos quanto cineastas Hollywoodianos. Vale a pena acompanhar o autor nesse confronto.

Soli Deo Gloria

sábado, janeiro 05, 2013

Para você que não passou no vestibular.



“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6,7).


Hoje pela manhã foi apresentado o listão dos aprovados no vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA). Sem dúvida alguma, o dia 05/01/13 (mais conhecido como “hoje”) ficará gravado na memória de muitos estudantes. Para a minoria destes, este será lembrado como um dia de felicidades, conquistas e realizações. Entretanto, para a sua maioria, o dia de hoje será lembrado como um dia de tristezas e frustrações. E é exatamente aos alunos e alunas pertencentes a este grupo que eu gostaria de me dirigir neste texto singelo.


Eu sei que você sonhou com este dia. Se você se assemelha pelo menos um pouco comigo, provavelmente você quase não conseguiu dormir de ontem para hoje, a sua frequência cardíaca aumentou repentinamente somente ao lembrar de que o listão sairia hoje – e o que dizer sobre o momento do anúncio dos aprovados no curso no qual estamos na disputa? – e, querendo ou não, a sua mente ficou cheia das imagens de seus sonhos: tanto as daquele em que você é aprovado e a sua família lhe parabeniza e tudo o mais; quanto as daquele sonho (que está mais para pesadelo) em que você não escuta o seu nome na divulgação do listão e a sua família fica meio sem o que dizer para você... 


Fico triste ao saber que, infelizmente, você não foi aprovado no vestibular. Não duvido de seu esforço empregado nos estudos nem de sua responsabilidade para com o seu futuro profissional - por isso me entristeço juntamente com você. Mas, em meio a tudo isso, eu gostaria de lembrar-lhe de algumas verdades muito importantes a fim de que você seja animado a perseverar tanto em seus estudos quanto em sua vida com Deus [1].


Primeiro, vestibular não mede o valor de ninguém para a sociedade. Não caia no erro de achar que na universidade estão as melhores pessoas da sociedade. Na verdade, se você e eu fizéssemos um breve passeio pelo dia dia-a-dia de muitos universitários nós encontraríamos uma série de mazelas morais. Alguns alunos universitários são orgulhosos, eles vivem pela soberba da vida e por isso tudo o que eles fazem dentro e fora da sala de aula não passam de tentativas de serem elogiados por aqueles que lhes cercam – sem falar da fúria que enche seus corações quando alguém alcança algum tipo de destaque que supere o deles. Outros são promíscuos. Estes se ajuntam com colegas também imundos diante de Deus e cometem abominações sexuais e todo o tipo de imoralidades – inclusive o consumo de drogas. Enfim, eu repito: não ache que a aprovação num exame dita quem tem valor e quem não tem [2].


Além disso, se você é um cristão, lembre-se de que o seu valor está nos méritos de Cristo Jesus. Meu irmão, isto não é um clichê. Pelo contrário, isto é uma verdade a qual nos ensina que mesmo que não sejamos perfeitos em nossa obediência à Palavra de Deus, em nossa vida de oração e em nosso dever para com a sociedade (e nós sabemos quão aquém da perfeição nós estamos em tudo isso), ainda somos amados por Deus porque Cristo sim foi e é perfeito em todas estas coisas – e nEle estão nosso valor tanto para com Deus quanto para com as pessoas. Portanto, busque no Senhor graça para seguir a sua vida e, em especial, para poder olhar para seus pais, familiares e amigos sem aquele senso maligno de “eu não sirvo para nada” ou “eu desapontei vocês” [3].


Finalmente, jamais esqueça: Deus é soberano. E esta é uma verdade muito confortante, pois ela mostra que nada foge do controle de Deus – inclusive a sua reprovação no vestibular. Você pode ter certeza de que Deus sabe lidar conosco e cuida de nós mesmo em nossas tristezas e frustrações. A sua vida está nas mãos dEle. Por isso, entregue ao Senhor as suas petições e até mesmo as suas lágrimas. Ele é fiel. E por causa de Sua perfeita soberania esta reprovação não é o fim [4].


Caro estudante e irmão em Cristo, eu lhe desejo um ano de 2013 abençoado. Que Deus faça com que você (e eu também) amadureça em sua vida cristã cada vez mais, de modo que a sua satisfação esteja (no fim das contas) nEle e nEle somente. Desejo também a você, é claro, um ano abençoado em seus estudos. Que o Senhor lhe ajude a estudar organizada e produtivamente – e lembre-se de que você não precisa deixar de ir à igreja para conseguir ter este tipo de estudo. E se o Senhor quiser: que possamos comemorar a sua aprovação na UFPA (ou em outra instituição de ensino superior) em 2014. Um abraço.


Que Deus seja glorificado.


Notas:

[1] Estou me dirigindo a estudantes cristãos.

[2] Leia 1 Jo 2.15-17 para meditar.

[3] Leia Gl 2.20 para meditar.

[4] Leia Mt 6.25-34 e Hb 4.14-16 para meditar.