É muito comum
entre os evangélicos ouvir, “não julgueis para que não sejais
julgados”, ou que exista falta de amor nos cristãos que exerçam
julgamento, ou que tomem um posicionamento diante de questões éticas
ou doutrinárias. Isso demostra a falta do correto ensino dentro das
nossas igrejas, e a mentalidade relativista que tem tomado conta das
pessoas, e que até mesmo pastores têm trazido pra o ensino da
igreja, de que ninguém pode julgar, pois não é o detentor da
verdade.
Onde também é
ensinado que o amor deve estar acima da verdade, de que devamos
manter um espírito de unidade, uma atitude tolerante diante de atos
imorais e erros teológicos e doutrinários. Declarando a unidade ser
mais importante que a verdade. Que diante das Sagradas Escrituras é
claramente um ensino errôneo e provém de uma má interpretação
bíblica, “... muitos enganadores entraram no mundo, os quais não
confessam Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e
o anticristo... Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e
nela não permanece não tem Deus... Se alguém vem ter convosco e
não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o
saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas obras más” (2 Jo
7-1).
Nas palavras de
Erwin W. Lutzer¹ “O argumento que declara ser a unidade mais
importante que a verdade, e o amor mais importante que a doutrina
correta, está errado em seu âmago”². Então nós devemos julgar
ou não? Passemos a analisar o texto de Mateus 7:1-6 :
Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.
Primeiro: O Senhor
Jesus não proíbe o julgamento, Jesus condena o julgamento
hipócrita, aquele que é feito sem primeiro repararmos em nós
mesmos, onde nós apenas enxergamos as falhas e defeitos do nosso
próximo e não nas nossas. O que devemos fazer é nos submeter aos
mesmos parâmetros de julgamento que utilizamos para os outros e
então reconhecer as nossas falhas, tirar a trava dos nossos olhos
para então podermos tirar o argueiro do olho do nosso irmão.
Segundo: Nós
devemos exercer discernimento, obedecer ao mandamento do versículo
6, que diz que não devemos dar aos cães as coisas santas, e nem
deitar aos porcos as nossas pérolas, então como vamos identificar
tais pessoas se não exercermos o julgamento? Precisamos julgar, nós
conhecemos os filhos de Deus pelo seu caráter, pelos seus frutos,
então façamos isso e sempre de forma humilde.
Terceiro: Não
podemos transigir com a imoralidade, nem com o erro doutrinário, não
podemos ser tolerantes com o pecado. Devemos desmascará-lo e
combate-lo. Precisamos estar preparados para combater a heresia, e
tomar posições firmes diante de atitudes imorais de nossos próximos
e podermos orienta-los e tirar o argueiro de seus olhos quando
tivermos tirado a trave do nosso.
Diante disso,
julgar não é errado, muito menos falta de amor, é correto e
devemos fazê-lo desde que tenhamos feito o que Jesus nos manda, com
humildade e não de forma arrogante, julgar a nós mesmos, exercer um
correto discernimento e de forma alguma tolerarmos a imoralidade ou o
erro doutrinário, e então podemos ajudar o nosso irmão com o
argueiro do seu olho. Lembremos que tirar a trave do nosso olho deve
ser nossa prioridade.
Somos ordenamos
a exercer julgamento, entretanto devemos fazê-lo com amor e
humildade, não com o intuito de apontar o dedo e condenar nosso
próximo, visto que nós também somos pecadores, mas para ajudar o
próximo, nossos irmãos, inclusive os mais novos na fé, então o
façamos com diligência a fim de abençoar e edificar nossas
igrejas, para que o verdadeiro Evangelho seja fielmente pregado em
nossos púlpitos.
Tiago Costa, Sola
Gratia.
¹Erwin W. Lutzer é
pastor presidente da igreja memorial Moody em Chicago.
²Extraído do livro
Quem é você para julgar?, de Erwin W. Lutzer, editora CPAD.
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