“Oh!
Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl
133.1)
A
Palavra de Deus é maravilhosa. É por meio dela que o Senhor nos
revela a Sua vontade e nos instrui de que modo devemos viver.
Portanto, oro a Deus a fim de que Ele nos abençoe nesta breve
meditação.
No
texto em destaque, as palavras “vivam” e “união” me chamam
bastante a atenção. Porquanto, sem sombra de dúvidas, estas
pequenas palavras se relacionam com um dos grandes desafios em nosso
tempo: viver.
De
fato, não é fácil viver em nossos dias – pelo menos não como a
Bíblia nos prescreve: em união, verdadeiramente. Construir
relacionamentos genuínos e profundos é uma grande dificuldade na
era do Facebook, Whatsapp, Candy Crush e inúmeras outras coisas que
a internet e nossos celulares podem nos oferecer. A velocidade que
adquirimos para nos comunicarmos, infelizmente, reduziu drasticamente
a qualidade afetiva de nossa comunicação com as pessoas que nos
cercam.
Na
web, a nossa vida é incrível. As fotos que postamos na timeline são
somente as que apresentam nossos melhores momentos. Os nossos amigos,
além de serem quase que incontáveis, são sempre os “bests” e
tudo o que imaginarmos para escrevermos após um hashtag (#). E o
amor? É raro não vermos namorados ou casais em suas maiores
declarações em relação a mais um mês de namoro ou casamento.
Entretanto,
essa não é a vida real. Pois nem sempre estamos em nossos melhores
momentos; muitas vezes nos passeios que registramos na rede social
como “#melhorpasseio#bestsforever”, quase não conversamos sobre
assuntos de fato importantes; e, para tristeza nossa, às vezes
deixamos de declarar nosso amor à namorada ou esposa por meio de
gestos simples, como ouvi-la com atenção, honrar o horário de
nossos compromissos e expor nossos sentimentos – com os olhos fitos
nos dela.
A
internet tende a nos levar a uma vida mecânica em que facilmente nos
compadecemos da situação do nosso próximo e dizemos que oraremos
por ele – embora muitas vezes esqueçamos de fazê-lo de fato. Além
disso, tal mecanicidade afeta inclusive nosso relacionamento com
Deus, porquanto compartilhamos inúmeros posts com dizeres cristão
enquanto que às vezes, na nossa privacidade, o nosso tempo com Deus
por meio da leitura bíblica e da oração é pouco ou quase nenhum.
A
vida real, no entanto, concedida a nós pela graça de Deus, é
espontânea e cheia de emoções e riscos. Enquanto que é fácil
usar o teclado do computador para declaramos nosso amor a familiares
e amigos; na vida real, o amor só é possível a partir do gastar de
tempo juntos, da exposição de coisas pessoais – por exemplo,
segredos que provavelmente serão compartilhados com terceiros por
meio de seu amigo – e da vitória sobre a timidez de até mesmo
dizer “oi” para o outro (mesmo que na internet pareçamos as
pessoas mais comunicativas do mundo).
Diferentemente da realidade
virtual, nossos relacionamentos envolvem sentimentos reais, de
maneira que podemos alegrar ou entristecer uns aos outros e
necessitamos vencer o orgulho para pedir perdão por nossos erros, de
modo pessoal e genuíno – não via bate-papo do Facebook. E quanto
ao amor, nossos melhores momentos com nossas respectivas namoradas,
noivas ou esposas não devem estar na timeline, onde qualquer um pode
ver, mas sim em nosso coração, em que guardamos aquela conversa
singela e especial no silêncio de nossa privacidade. Embora não
seja pecado homenagearmos, na rede social, as pessoas que amamos, não
podemos permitir que nossos melhores momentos estejam lá.
Que
Deus nos ajude a viver a vida real. Que gastemos menos tempo na
internet e mais tempo com nossa família, amigos e irmãos em Cristo.
Pois somente desta forma poderemos experimentar a bênção cantada
pelo salmista: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam
em união!” (Sl 133.1)
Que Deus seja glorificado.
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