Na
era do fast-food1, já existe a denúncia de uma fast-science2.
Contudo, tenho presenciado o surgimento de uma fast-theology3,
marcada pelo mesmo mal das outras tantas “fast”: mediocridade, péssima
qualidade, superficialidade e bizarrices caricaturais.
Os
novos cursos são: teólogos de youtube, bacharelado em facebook e especialização
em twitter – dedos frenéticos e irresponsáveis produzindo palavras em massa e
sem dizer absolutamente nada que contribua para alguma coisa, indo do nada para
lugar nenhum.
Fazem-no, ainda, de maneira ofensiva, desrespeitosa e caricaturada, extremamente
superficial e ignorante; bagunçando o esforço para o amadurecimento da produção
teológica no Brasil. Além disso, buscam um sectarismo infantil e irresponsável
– infundado e incompatível com o Evangelho.
Parece
que a síndrome da produção em massa que afeta as graduações no Brasil, por meio
de um fordismo científico, tem se manifestado visivelmente no modo como muitos
têm se proposto a fazer teologia dentre os crentes confessionais. Há boa
quantidade de teses e artigos absurdos que dariam uma bela fogueira, pelo menos
quando alguém tem o esforço de produzir nestes gêneros – e não se limita a
socar seus teclados, como um primata, produzindo uma série de palavras e
pensamentos desconexos em blogs e outros meios sociais da vida.
A
meditação, o aprofundamento teológico e o desejo saudável de glorificar ao
Senhor e contribuir para o amadurecimento da igreja, aparentemente, abandonaram
o coração de muitos. E não somente de jovens, mas de muitos “marmanjos” que
deveriam dar exemplo – inclusive de ditos seminaristas e pastores que, em vez
de utilizar o potencial das redes sociais para uma divulgação proveitosa e
robusta do Reino de Deus, têm se portado de maneira insuportável nas mesmas.
Essa
superficialidade de estudo e de absurda “produção” tem uma tendência
injustificada para a crítica ou o debate de baixo nível, também conhecido como
“baixaria virtual”: são comentários ofensivos que não contribuem para
esclarecer posição teológica nenhuma, nem muito menos para criticar posições
contrárias.
Primeiramente,
não serve para esclarecer a posição a qual se tenta defender, porque é
superficial; de maneira pobre, explica o que todos já sabem; na maioria das
vezes, demonstra desconhecimento total acerca da própria posição que defende
regado a uma bizarra ignorância Escriturística – quando alguém ao menos se
preocupa ou lembra da existência das Escrituras.
Em
segundo lugar, são inúteis para refutar alguma coisa porque são escritos
caricaturados que nem ao menos conseguem motivar teólogos sérios a apresentar
alguma resposta ou comentário, uma vez que eles mesmos não conseguem se
identificar com a posição criticada, no máximo são escritos abarrotados de “ad hominem” e que pretendem tornar a
porta do céu mais estreita do que de fato ela o é: amaldiçoando crentes,
desrespeitando crentes mais velhos, rompendo a irmandade concedida por Deus no
sacrifício de Cristo – uma verdadeira barbárie entre ditos crentes.
Penso
que os envolvidos nesse circo deveriam estar envergonhados com o espetáculo
grotesco que têm protagonizado perante os ímpios aos quais deveriam estar
pregando a Cristo, e testemunhando de um compromisso sério com a Palavra de
Deus, bem como de preocupação e amor para com a irmandade dos crentes, simplesmente
por meio de uma maneira profunda e comprometida de se fazer teologia.
Discordâncias
são saudáveis quando implementadas com respeito, amor e sem sacrificar o bebê
junto com a água suja da banheira; sem amaldiçoar nenhum crente remido por
Cristo ao fogo eterno por ser dispensacionalista, cessacionista, continuísta,
pentecostal, amilenista ou qualquer outra posição que é expressa por servos de
Cristo e que não criam nenhuma celeuma ou agressão ao Evangelho do Senhor Jesus
Cristo, como alguns conseguem bizarramente inventar.
Recomendações
e advertências bíblicas acerca do modelo de comportamento cristão como em 2Tm
2:24-26, Ef 4:1-3, 1Pe 3:8-16, bem como da seriedade e consequências de tais
comportamentos em Mt 5:21-23, dentre tantas outras, foram removidas das Bíblias
de tais homens. Esses textos testemunham contra os que assim têm agido, os
quais manifestam descompromisso para com Cristo e Sua Palavra.
Não
estou aqui clamando por um discurso relativista ou covarde, para um estanho
imperativo dialogal, onde discordâncias são um crime e nenhuma posição deve ser
defendida; ao contrário, que façamos tais debates, mas nos portemos como servos
de Deus.
Muitos
debates ocorreram entre homens sérios ao longo da história da Igreja e
contribuíram muito para o amadurecimento doutrinário do corpo, para uma
compreensão mais robusta do próprio Evangelho; mas eram feitos por homens
comprometidos com Cristo e com Sua Palavra, maduros em sua teologia; que também
o façamos de maneira digna com nossa profissão de fé, evitando o erro dos
antigos em seus excessos e buscando proporcionalidade e equilíbrio em nossas
ações, guardando energia para o combate aos hereges que se levantam contra o
Evangelho e respeitando os irmãos de posições contrárias.
Apelo
por respeito e valorização daquele que foi comprado pelo Sangue de Cristo. Oro
para que o Senhor devolva a racionalidade e a prudência a tais homens; porque,
dentre os que estão comprometidos com a teologia séria, é incontestável que
tais pessoas são extremamente insuportáveis e que estão atrapalhando muito mais
e contribuindo com absolutamente nada para um ambiente teológico maduro, forte
e saudável em nossa pátria, e sendo embaraço e tropeço para a propagação do
Evangelho de Cristo.
Que
o Senhor tenha misericórdia de nós!
Notas:
*Mui grato ao meu amigo e irmão Nilton Rodolfo pela Revisão e Edição.
1. “Fast-food”
significa “comida rápida”.
cf.https://www.cartacapital.com.br/sociedade/slow-science
3. “Fast-theology”
significa “teologia rápida”.
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