No dia 31 de Outubro, há exatos quinhentos anos, um monge alemão fixou na porta do castelo de Wittenberg 95 teses contra a venda de indulgências, que supostamente garantiriam o perdão dos pecados daqueles que dela se a apropriavam a partir de determinada quantia de dinheiro. Como pano de fundo das 95 teses, estava em jogo a natureza do verdadeiro Evangelho de Cristo. O Evangelho que Lutero descobriu ao estudar a epístola de Paulo aos Romanos mudou para sempre seu jeito de entender a natureza da salvação em Cristo: Cristo é salvador, e a salvação se baseia unicamente na fé nos méritos de Cristo através de sua vida e sua morte na cruz do Calvário assegurados por sua ressurreição em glória; sendo assim, somos justificados por fé e não por obras. Ao redescobrir a doutrina da justificação somente pela fé em Cristo e não por meio de obras meritórias, Lutero confessou que "as portas do paraíso se abriram" para ele.
Falar de Reforma Protestante não é só falar de um acontecimento religioso, histórico e cultural. Falar sobre a Reforma é tratar do redescobrimento do Evangelho de Cristo (e como consequência, do próprio Senhor Jesus) em larga escala: o conhecimento de Deus alcançou o homem comum do campo quanto o nobre de um palácio. Em todos os embates que Lutero teve contra o catolicismo, seu centro motor era este: A glória do Evangelho de Cristo (ou como Lutero gostava de dizer, a "Teologia da Cruz") vai contra toda e qualquer doutrina que eleve as obras humanas a um patamar de ato meritório para salvação diante de Deus (ou seja, uma "Teologia da Glória").
Se passaram 500 anos. O Evangelho pregado pelos apóstolos e redescoberto pessoalmente por Lutero não mudou, porém isso não significa que a batalha pelo evangelho de Cristo acabou. Cada vez mais o obscurantismo acerca da mensagem das Escrituras aumenta dentro de igrejas consideradas que afirmam ser evangélicas e herdeiras da Reforma. O aumento do misticismo, da superstição, o surgimento de uma forma "evangélica" de papismo, e o pior, uma nova forma de indulgências através da teologia da prosperidade, tudo isso leva à necessidade de proclamar "Sola Scriptura" de acordo com o entendimento da reforma. Uma igreja verdadeiramente reformada sempre se reforma, ou seja, sempre volta novamente ao evangelho de Cristo.
Dentre as 95 teses, a mais famosa de todas, seja a de número 62: "O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus". A igreja de Cristo não pode abrir mão desse tesouro. No fim tudo se resume a isso: batalhar e guardar o evangelho de Cristo; pois tudo, no fim, se resume e sempre será acerca de Nosso Senhor Jesus Cristo, para glória de Deus-Pai, no poder do Espírito.
Viva a Reforma!
Sola Scriptura,
Sola Gratia,
Solos Christus,
Sola Fide,
& Soli Deo Gloria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário