O inverno não havia chegado. O carro estava funcionando bem, mas eu sabia que também em breve precisaria de reparos. O que mais me chamou a atenção porém, foi a expressão preocupada de Carlos Eduardo, meu amigo e companheiro de ministério, um dia após a Conferência Graphe 2017. "Está sofrendo por antecipação", pensei eu. Porém no cair da noite, a mesma preocupação começou a aparecer em minha mente também. "E se isso realmente acontecer...?" Pelo que pude notar, isso estava mais próximo do que eu imaginava, e logo realmente aconteceu.
O motivo de nossa preocupação foi o recebimento de informações no que dizia respeito à denominação da qual fazemos parte. Informações que logo vieram a público. Quando vimos, dormimos sendo membros de uma congregação, e quando acordamos, já estávamos em uma igreja de outra convenção estadual, onde teríamos agora uma nova presidência, homens e mulheres teriam as mesmas funções pastorais, e um novo tipo de tradição. No fim, acordamos em uma outra denominação.
O ano de 2017 possuiu certos percalços. Neste ano, perdemos parentes mui próximos e amados (o falecimento de minha avó Cila, e de dona Marineide, mãe de Carlos), assim também como muitas alegrias vieram (o casamento de Nilton Rodolfo). Neste ano, conseguimos realizar a 7° Conferência Graphe, sendo essa umas das mais complexas até então. Pela graça de Deus, conseguimos superar os empecilhos e dificuldades. Sendo a sétima conferência a melhor, até então.
Ministerialmente, certamente não podemos esquecer das bênçãos alcançadas, porém não devemos mascarar as dificuldades. Muitos foram os desafios enfrentados, tanto interna quanto (talvez até mais) externamente. Porém, não deveríamos estar abalados, pois afinal, não é assim que um ministério é forjado? Certamente que o apóstolo Paulo, através do Espírito Santo, tem muito a nos ensinar.
Em uma de suas epístolas mais pessoais, onde faz uma defesa de seu apostolado, Paulo descortinava seu coração perante os ouvintes:
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos", mais à frente, o apóstolo comenta: "antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciẽncia, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na beneficiência. Na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, Por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; Como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos, como castigados, e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo" (2 Co 4.8-9; 6.4-10).
Não havia espaço na mente paulina para um ministério superficial e de vida-mansa. E isso é verdade também na vida de todo aquele que se coloca diante do ministério de Cristo. E mesmo diantes de tantas dificuldades, sabemos quão excelente é o ministério que Cristo dá. Que jamais os ministros de Cristo se esqueçam de tal verdade.
O inverno, por fim, chegou. Mais um ano está diante de nós. Não sabemos as dificuldades e bênçãos que o Senhor tem reservado para nós. O que sabemos é, que mesmo em meio a tempestades no mar, se estivermos com Jesus, logo chegaremos à margem em segurança (Jo 6.21). O importante é estarmos cientes de que até aqui nos tem ajudado o Senhor, aquele que promete nunca nos deixar ou desamparar.
O blog Servorum Dei deseja a todos os seus leitores um feliz 2018, repleto das bênçãos do Senhor Jesus Cristo, para a glória de Deus Pai, no poder do Espírito.
Amém!
Soli Deo Gloria
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