segunda-feira, novembro 02, 2015

Eu preciso saber teologia para namorar?

"Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela. Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra. Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.25-27).

O namoro cristão adequado é uma bênção de Deus. Ele é algo muito bem definido: o caminho em direção ao casamento. Não podemos conceber um namoro sem o intuito do casamento, pois, se no casamento há a formação de uma nova família (como de fato há), necessariamente, no namoro, deve-se pensar seriamente acerca desta futura família. Não podemos namorar sem propósito. Ele não é uma brincadeira nem um simples passatempo.
  
Deus é Senhor sobre a família. Os papeis de marido e de esposa estão descritos em Sua santa Palavra. Neste contexto, conforme acima citado, um aspecto central do ministério masculino é o ensino. É função fundamental do marido cristão santificar a sua esposa pelo ensino da Palavra de Deus. Um homem obediente ao Senhor não pode fugir desta importante tarefa. Com base nisto, pensemos acerca da importante questão: é necessário que saibamos teologia para namorar?
  
Se entendermos o termo "teologia" como o estudo acadêmico da Palavra de Deus, o qual sugere a formação de um obreiro a ser ordenado para trabalhar formalmente em uma congregação - obreiro este que é grande conhecedor das línguas originais da Bíblia, Homilética, Filosofia, Sociologia, Literatura e coisas afins -, a resposta é: não, não necessariamente. Porém, se considerarmos "teologia" como conhecer a Bíblia e pensar a vida com base nela, devemos responder à pergunta com um retumbante "sim!"
  
Precisamos tratar isso com a maior seriedade. O dia do casamento não opera milagres. Não podemos cair no erro de achar que podemos ser preguiçosos, ignorantes e, até mesmo, descompromissados com Deus durante o nosso tempo enquanto solteiros, namorados e noivos; e que no grande dia do casamento, miraculosamente, receberemos tudo o que precisamos para sermos bons maridos, pais e profissionais. Não é simples assim.
  
O tempo de solteiro é importantíssimo. Com certeza, o nosso tempo livre enquanto solteiros é bem maior em relação ao que teremos quando estivermos casados, se assim Deus o permitir. Por isso, nesta ocasião, um jovem cristão precisa aprender uma das coisas mais importantes da vida: a prática da boa leitura. É claro que há tempo para lazer e diversão sadios, mas é imprescindível que haja bastante tempo gasto com leitura. Aprender a ler capacita um jovem a ter sucesso em seus compromissos escolares e, especialmente, na construção de uma vida pautada na Bíblia. Esta vida bíblica é construída através do engajar-se na leitura integral da Palavra de Deus uma vez por ano, na leitura de bons autores cristãos - tais como Charles Spurgeon, Martyn-Lloyd Jones e James Packer - sobre os mais variados temas - em especial, acerca das doutrinas fundamentais da fé cristã (teologia sistemática). Isto envolve a leitura de bons livros de ficção - se você ainda não leu o Peregrino de John Bunyan, não perca tempo em fazê-lo -, os quais desenvolvem a criatividade e auxiliam no entendimento de conceitos importantes de maneira simples e prática.
  
Obviamente, a leitura deverá ser uma prática constante no casamento; entretanto, não haverá a possibilidade de, por exemplo, passarmos bons dias deitados na rede ou no sofá devorando um monte de livros durante as férias. Ou tomar açaí, ler, cochilar um pouco, e tornar a ler, com o coração despreocupado com outros compromissos. Portanto, a hora é agora. Pedindo graça de Deus, sabedoria e temor, devemos desenvolver a leitura e, consequentemente, a nossa teologia, agora. Disciplinando-nos em nossa concentração, aprofundando-nos em nosso conhecimento de Deus e de Sua criação, a fim de sermos bons maridos e pais, não apenas para o bem de nossas futuras esposa e família, e sim, em primeiro lugar, para o louvor e glória de nosso bom Deus. 

Que Deus seja glorificado.