terça-feira, agosto 28, 2012

Considerações acerca do jejum.O Princípio da Abstenção:O falso jejum. O que você come enquanto jejua?


Certo dia eu estava jejuando e me veio a mente um episódio de minha infância.

Eu tinha alguns amigos evangélicos em minha sala de aula e de forma desproposital, uma vez, nós acabamos jejuando juntos. Lembro-me que quando descobrimos que estávamos jejuando nós começamos a vigiar um ao outro para que não quebrássemos o jejum. Guloseimas e lanches são muito comuns entre crianças, alguns de nós, nem éramos assim tão próximos, entretanto, um cuidou para que o outro não colocasse uma jujuba se quer na boca. Lembro-me alguém veio me oferecer lanche e uma colega disse “ele odeia esse biscoito” hehe.

Pensando nisso e sorrindo com a memória do episódio e do esforço que fizemos naquele dia, me deparei com um texto de João Crisóstomo sobre o jejum, o texto é esse:

“Você jejua? Dê-me prova disto por suas obras.
Se você vê um homem pobre, tenha piedade dele.
Se você vê um amigo sendo honrado, não o inveje.
Não deixe que somente a sua boca jejue, mas também o olho e o ouvido e o pé e as mãos e todos os membros do seu corpo.
Que as mãos jejuem, sendo livres de avareza.
Que os pés jejuem, cessando de correr atrás do pecado.
Que os olhos jejuem, disciplinando-os a não fitarem o que é pecaminoso.
Que os ouvidos jejuem, não ouvindo conversas más e fofocas.
Que a boca jejue de palavras vis e de criticismo injusto.
Porque, qual é o proveito se nos abstemos de aves e peixes, mas mordemos e devoramos os nossos irmãos?
Possa Aquele que veio ao mundo para salvar pecadores nos fortalecer para completarmos o jejum com humildade, tendo misericórdia de nós e nos salvando.”

Após ler esse texto um grande pesar veio ao meu coração, que de fato alguns são muito mais resolutos e cuidadosos em fechar suas bocas quando decidem fazer um jejum do que em abrí-la durante o mesmo período, expelindo por vezes um mar de contaminação e imundice que nem de longe reflete santidade e edificação. 

Quem dera que fossemos tão resolutos em fechar os nossos ouvidos para o mal durante um dia inteiro, como somos ao decidirmos não comer nada durante a mesma porção de tempo, quem dera fossemos tão disciplinados em nossos caminhar, falar, ouvir, tocar e pensar como somos em praticar a abstinência do alimento físico.

Quem dera cuidássemos tão bem uns dos outros em nosso caminhar diário, como meus pequeninos colegas cuidaram de mim e uns dos outros naquele dia, dizendo a qualquer oferta de pecado “não o ofereça isso a ele”, quem dera lembrássemos uns aos outros da necessidade de não alimentar o velho homem, almejando a sua morte, quem dera nos vigiássemos e vigiássemos nossos irmãos para que nenhuma concessão fosse feita ao pecado, nenhuma prova, nenhum saborear, nenhum toque no fruto proibido que nos torna tão ingratos diante de nosso Senhor Jesus Cristo.

Não estou dizendo que sou contra o jejum alimentício, que o Senhor me livre condenar uma um direcionamento vindo d’Ele mesmo, do próprio Deus, para mortificarmos a carne e crescermos em graça, porém sou veemente contra a conotação medíocre que muitos concederam ao jejum achando que somente por se absterem de alimentos conseguirão crescer um milímetro sequer em graça, quando estes mesmos cerram o estomago e abrem o coração para saborear o pecado como verdadeiros glutões, desprezando a graça de Deus para a edificação dos santos.

Que nunca esqueçamos de como deve ser feito o nosso jejum, que nunca esqueçamos da Palavra do nosso bom Deus, para que não caíamos em um ascetismo legalista e inútil quando jejuarmos:
“dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma; e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vosso próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa Voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como junco e estenda debaixo de si panos de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor?Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda ; então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam” Is 58:3-11

Que sempre lembremos dos direcionamentos de nosso bom mestre expresso no Evangelho Segundo Mateus 6:16.

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim  de não parecer aos homens que jejuais, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.


Que nos abstenhamos continuamente e incesantemente do pecado para que cresçamos em graça, santidade, misericórdia, e coragem enquanto peregrinos nesse mundo.

Lembremos que o jejum não se trata de abster-se de comida, mas sim do pecado, enquanto utilizamos da abstenção do alimento como ajuda a autonegação, trata-se de negação da carne e entrega total às coisas eternas.

Se praticarmos corretamente o jejum, a fome que sentiremos enquanto nos abstemos do alimento não será somente física, mas também espiritual que deve ser a fome de todo o Filho de Deus a fome de sede e de justiça.

Que Deus nos livre de sermos como os hipócritas que enquanto se abstém do pão alimentam suas almas com lixo. Que enquanto jejuamos podemos alimentarnos espiritualmente das bençãos que procedem da mão do nosso bom Deus. 

Lembrando-nos sempre de que: "nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus."

P.S: Considero que existem dois princípios principais que regem a prática do Jejum, o primeiro deles é o princípio da abstenção sobre o qual meditamos um pouco aqui, pretendo tratar no próximo texto do princípio de ação. Que o Senhor me conceda graça para tal.

Que o Senhor nos ajude.
Solus Christus
Janyson Ferreira.

sexta-feira, agosto 24, 2012

Você Obedece aos Estatutos? (Parte 2)


"Portanto, guardareis o meu mandado, não fazendo nenhum dos estatutos abomináveis que se fizeram antes de vós, e não vos contamineis com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 18.30).

No texto "Você Obedece aos Estatutos (Parte 1)?" eu tentei mostrar que todas as pessoas são obedientes a um corpo de ensinamentos e conceitos - o que denotei como sendo os estatutos. Sejam tais estatutos bons ou ruins, morais ou imorais, corretos ou errados: cada indíviduo nesta Terra os segue.

Isto me chama muito à atenção, porque na época do povo de Israel não era diferente. Se você ler os capítulos 18 e 19 (eu sugiro que você os leia) do livro de Levítico, você verá Deus proibindo o povo hebreu de cometer as abominações que o povo do Egito e os povos de Canaã cometiam. Alguns exemplos dessas imundícies nas quais os outros povos se envolviam são: descobrir a nudez de qualquer parenta, pai, mãe, madrasta, irmã, filho, neta; ou da tia, tio, nora e irmão. Além disso, deitar-se com a mulher do próximo; ou deitar-se com homem, como se fosse mulher (abominação é); e até mesmo deitar-se com um animal.

O pastor pentecostal Donald Stamps comenta o seguinte acerca do termo bíblico "descobrir a sua nudez":

"'Descobrir a sua nudez', abrange tudo o que se refere à práticas sexuais impuras e ilícitas. Isso inclui práticas aproximadas do ato sexual consumado. Qualquer tipo de prática sexual que resulta em descobrir, expor, ou ver a nudez de alguém que não seja seu legítimo cônjuge, viola as fronteiras da pureza e comete pecado grave diante de Deus."[1]

Creio que é muito importante entendermos que todas estas coisas proibidas pelo Senhor não são de outro mundo, e sim práticas de povos que estiveram ou ainda estariam no caminho do povo eleito de Deus. Porquanto isto mostra que o Senhor Deus não está tratando de abominações com um povo inocente e puro que nem sequer tem noção do que elas sejam. Pelo contrário, o povo de Israel conviveu com os egípcios durante 400 anos de escravidão - e no contexto de Levítico 18, ele ainda é recém-liberto!

Portanto, vejamos a seriedade dos mandamentos do Senhor para o seu povo. Porque, sem dúvida alguma, nestes 400 anos de escravidão o povo teve algum tipo de contato com o estilo de vida depravado dos egípcios; seja ouvindo sobre práticas perversas, vendo-as ou até mesmo se envolvendo nelas ativamente. E, então, durante a sua escravidão, a mente dos hebreus estava sendo quase que moldada pelas deturpações vistas no Egito. O que era pecado contra o Senhor, devido ao passar do tempo, estava se tornando algo comum para os descendentes de Abraão.

Entretanto, Deus não abandonou o Seu povo. De modo que Ele libertou os hebreus do Egito e os conduziu pelo deserto à terra prometida - a qual mana leite e mel. Neste contexto, leiamos o que Deus declara ao povo:

"Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Eu sou o SENHOR, vosso Deus. Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis; para andardes neles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus."[2]

O deserto é o lugar no qual o Senhor Deus opera grandemente no Seu povo. Ele instrui a cada hebreu segundo os Seus estatutos, os quais são puros e perfeitos - o que se constitui uma oposição direta aos estatutos abomináveis dos outros povos. E neste processo de condução do povo à terra prometida, está o processo de santificação da mente de seus eleitos e, portanto, a mortificação dos resquícios do que lhes fora ensinado durante a escravidão.

Meus irmãos, isto deve ser motivo de grande alegria em nosso meio. Pois sabemos que este mundo é pervertido e depravado - ele jaz no maligno... E infelizmente cada um de nós já teve contato com ele. A nossa mente foi formada a partir de conceitos mundanos ventilados pela TV, cinema, internet... Fomos criados num mundo sujo que nos ensinou de maneira deturpada o conceito de coisas preciosas, como: felicidade, prazer, amor e, principalmente, sexo. Pois o maligno nos fez pensar que estas coisas podem se relacionar com harmonia fora da pureza, do compromisso e da fidelidade do santo matrimônio.

Crescemos num mundo que não pensa em Deus. Na verdade, tudo o que é possível fazer para ocupar a mente a fim de não pensar em Deus o mundo o faz: a louca busca por divertimentos, futilidades e coisas afins são exemplo disso. Cada um de nós cresceu obedecendo aos podres estatutos que nos ensinaram; e o pior de tudo, nós amávamos esta podridão! Éramos legítimos escravos do pecado...

Alguns de nós ouviram falar de relações sexuais ilícitas: homem deitando-se com homem ou com um animal; ou então um homem deitando-se com uma mulher que não é a sua esposa - a qual para ele não passa de mais um objeto sem sentimentos, descartável, que lhe gera um pouco de prazer... Mas alguns de nós não somente ouviram falar, e sim, também viram tais perversões. E, infelizmente, alguns de nós foi até mais fundo nestes pecado: além de ouvir e ver, praticaram-no ativamente...

Por isso, cada um de nós (sem exceção) já teve algum tipo de contato com este mundo imundo perante o Santo Deus. Inclusive este que vos escreve já cometeu muitas coisas das quais tem vergonha (eu pequei contra o Santo de Israel)... Entretanto, amados, atentem bem para o que Deus fez com o Seu povo eleito. Pois assim como Ele resgatou os hebreus da terra do Egito, da casa da servidão; Ele resgata deste mundo perverso cada crente em Jesus Cristo! E à semelhança do passado, o Senhor instrui segundo a Sua santa Palavra cada um dos salvos em Cristo.

Sabe de uma coisa? Se você está em Cristo, você é uma nova criatura e "as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo"[3]. Há perdão no sangue de Jesus! Mesmo que você tenha mergulhado no mais fundo buraco de iniquidade deste mundo, e lá tenha cometido as piores abominações contra a santidade de Deus; se você se arrepender de seus pecados e crer em Cristo (e nEle somente) para a salvação, você não será um mero cristão com um passado terrível. Não. Pois se você for até Cristo, você será regenerado: você será uma nova criatura! E sabe no que isto implica? Implica que cada pecado seu foi coberto e afogado pelo sangue de Jesus. De maneira tal, que Deus lançou cada iniquidade sua no mar do esquecimento. Ele não se lembra mais deles - tudo graças à perfeita obra de Cristo na cruz do calvário!

Portanto, irmãos, que Deus nos dê diaramente de Sua maravilhosa graça para que vivamos para a Sua glória. Não mais como escravos do pecado, e sim como libertos em Cristo Jesus, o nosso Salvador e Senhor. Andando conforme os santos estatutos do Senhor, não baseados em nós mesmos, mas em Cristo e capacitados por Seu Santo Espírito que habita em nós.

Oro para que o Senhor nos faça pensar as coisas da vida conforme a Sua Palavra, e não conforme os conceitos errados que outrora ouvimos no mundo. Que isto seja intenso em nossas vidas desde como comer e beber até como relacionar-se em pureza perante Deus e os homens no santo matrimônio. Que nós amemos o casamento e zelemos por ele cada dia de nossas vidas! E que abominemos a pornografia, a prostituição, a pedofilia, o homossexualismo e todas as demais formas que a perversão sexual se manifesta em nossos dias. Que Deus nos guarde.

Termino com as maravilhosas palavras da oração do Senhor Jesus, e o grande chamado do apóstolo Paulo a nós:

"Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade."[4]

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."[5]

Que Deus seja glorificado.

Notas:
[1] Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal.
[2] Lv 18.2-4.
[3] 2 Co 5.17.
[4] Jo 17.14-17.
[5] Rm 12.1-2

quinta-feira, agosto 23, 2012

Você Obedece aos Estatutos? (Parte 1)

"Portanto, guardareis o meu mandado, não fazendo nenhum dos estatutos abomináveis que se fizeram antes de vós, e não vos contamineis com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 18.30).

Não sei o que você pensa acerca de si mesmo ou como você se define. Não sei o que você diria como sendo as suas características. Mas, eu tenho plena certeza de algo sobre você: você é obediente. Sim, é isto mesmo: você obedece aos estatutos com todo o seu coração. Você é um grande exemplo de empenho e esforço ao cumprir as leis que guiam a sua vida - você de fato é muito bom nisso!

Talvez você se defenda, dizendo: "Você deve estar enganado, pois eu não tenho moral alguma. Na verdade, o que eu gosto de fazer são coisas que, se você soubesse o que são, você nem sequer gostaria de continuar esta conversa comigo." Mas, eu não estou enganado. Até reafirmo que você é muito obediente aos estatutos. Deixe-me mostrar-lhe algumas coisas acerca disso:

Você acha bacana ver a nudez de uma mulher bonita, sendo ela uma amiga qualquer, a sua tia, a sua irmã, a sua sogra, ou até mesmo a sua nora, filha, madrasta ou a sua própria mãe? Você acha "papo de crente" aquela história de que só se deve ver a nudez de sua própria esposa, dentro do santo matrimônio? Bem, se para estas perguntas a sua resposta for um retumbante "sim!", gostaria de continuar com a minha afirmativa inicial acerca de você: obediência é o seu segundo nome.

E o que dizer então sobre os seus desejos? Existe algum problema em satisfazê-los - ou o problema seria não lutar por eles ou buscar mortificá-los? Você acha incorreto satisfazer o desejo de, porventura, deitar-se com a mulher de seu próximo (mesmo que ele seja um amigo íntimo seu)? Se a sua resposta para isto for um grande "Não!", já é o bastante para demonstrar pela sua mente e vontade, que você é um mestre em obediência.

Entretanto, a sua obediência aos estatutos que você que segue é um péssimo sinal acerca de você. Porquanto os estatutos que você obedece são podres, sujos, corrompidos - são abomináveis! Mas mesmo assim você sente prazer em segui-los...

Infelizmente, você está prestes a ser tragado pelo inferno. Pois saiba que Deus vê todas as coisas, e por isso você será punido pessoalmente pelo Santo Deus por cada pecado que você já cometeu em sua vida, seja por obras ou pensamento. Como afirma o salmista:

"Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal. Os loucos não pararão à tua vista; aborreces a todos os que praticam a maldade."[1]
"Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. Se o homem se não converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco e está aparelhado; e já para ele preparou armas mortais; e porá em ação as suas setas inflamadas contra os perseguidores."[2]

"Mas Deus ferirá gravemente a cabeça de seus inimigos e o crânio cabeludo do que anda em suas culpas."[3]

O pior de tudo isso, é que a sua punição e o seu sofrimento serão eternos. Eles jamais acabarão. Você será destruído por Deus segundo após segundo, minuto após minuto, numa eternidade de horas, dias, meses e anos. Muito triste é a sua situação atual e, pior ainda, a sua situação futura na eternidade.

Termino com as palavras do Senhor Jesus Cristo - e lembre-se: elas tem tudo a ver com você, sr. obediente aos estatutos abomináveis deste mundo pecaminoso:

"E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendu duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga. E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no Reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, ser lançado no fogo do inferno, onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga."[4]

Que Deus seja glorificado.
Notas:
[1] Sl 5.4,5
[2] Sl 7.11-13
[3] Sl 68.21
[4] Mc 9.43-48

terça-feira, agosto 07, 2012

Reflexões: E se hoje fosse o meu último dia?

Eu não costumo pensar em morte. Embora quase todos os dias eu escute ou veja alguma notícia acerca de fatalidades, dificilmente eu imagino algum amigo nesta triste situação. Pelo contrário, geralmente clamo ao Senhor para que Ele preserve a vida de minha família e de meus amigos. Neste contexto, mais raro ainda é conceber a minha própria morte ou lidar de frente com o fato de que ela pode me encontrar a qualquer momento. Mas gostaria de tratar um pouco sobre isso neste breve texto.

Meu nome é Nilton Rodolfo, sou filho de Raimundo Rodrigues (em memória) e Sônia Melo. Sou cristão protestante, membro da Assembleia de Deus e colaborador no blog Geração que Lamba (GQL). Além disso, sou estudante de Engenharia Elétrica e, quando solicitado, "professor" de matemática.

Assim como você, eu tenho sonhos para o futuro. Penso com bastante seriedade em constituir uma família, de modo que eu seja diariamente capacitado por Deus a conduzir tanto a futura mulher mais feliz do mundo quanto as crianças, no caminho reto do Senhor - para a Sua própria glória e alegria nossa. Penso, também, em concluir o curso de engenharia e no trabalho no qual Deus me dará como fonte material de provisão para o lar. Além de pensar como posso servir melhor na obra de Deus para o louvor de Seu Nome e para a edificação de Seu povo, e em todas as inúmeras coisas envolvidas em todos estes sonhos e planos.

Entretanto, de que valeria tudo isso se hoje fosse o meu último dia? Pois dessa forma não seria possível realizar esses sonhos. Bem, tomara que eles servissem muito mais que somente para serem citados nas "palavras de consolo do enterro "... Agora, creio que mais importante que os sonhos em si, são as pessoas que os constituem: a minha família, os meus amigos, a garota que eu gosto, etc. Mais ainda, melhor é também fazer parte dos sonhos destas pessoas o que está intimamente relacionado ao meu grau de importância para elas. Porquanto isso tem tudo a ver com o nosso valor para as pessoas - o próprio velório de alguém revela um pouco a sua importância, porque provavelmente só irão ao velório aqueles que o amavam e pensavam nele. 

Se hoje fosse o meu último dia de vida, exatamente agora seria o momento para dizer adeus ; adeus à engenharia, família, garota de minhas orações, amigos do GQL, blogosfera cristã e Assembleia de Deus - sem deixar de mandar um grande abraço a todos, é claro (risos). Mas saiba que mesmo assim não seria o fim. Porque caso nenhum de meus planos se realize e se meu fôlego de vida expire, eu sei em quem tenho crido; e sei que faço parte de Seu plano gracioso. 

Isto dá bastante sentido para a ideia de nossa importância estar relacionada ao fato de fazermos parte dos planos de alguém ou não. Porque se você é um cristão, tenha certeza de que você é constantemente lembrado pelo Senhor, em especial nas intercessões de Cristo[1]. O que demonstra que somos importantes para Deus, devido à Sua maravilhosa graça que nos alcançou. Portanto, mesmo que percamos tudo nesta vida - juntamente com os nossos sonhos -, se estamos de fato em Cristo, Ele é nosso, logo, a vida eterna é nossa[2]. Então passaremos uma eternidade de eternidades de alegria em comunhão com o Senhor no céu.

Termino esta reflexão com a seguinte conclusão: a morte é real e ela pode chegar a qualquer momento até nós. Mas ela não deve ser motivo de desespero, e sim um lembrete de que temos de, acima de todos os nossos projetos e em todos eles, viver para a glória de Deus. Pois somente vivendo em Sua presença há real sentido para todas estas coisas. Nas palavras do apóstolo Paulo, inspirado pelo Santo Espírito de Deus:

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1 Co 10.31).


Que Deus seja glorificado.


Notas:
[1] Hb 7.25
[2] Jo 17.3