sábado, julho 18, 2015

A Conduta das Mulheres na Igreja - Subsídio para a lição 3 (Lições bíblicas).



"Aprendi mais sobre cristianismo com minha mãe do que todos os teólogos da Inglaterra"

John Wesley

Um dos grandes desafios hoje dentro do contexto eclesiástico assembleiano se refere à ordenação feminina. Não seria injusta a posição assembleiana brasileira que restringe as mulheres do pastorado? Tal polêmica não é nova, mas existe desde os tempos de Gunnar Vingren e Samuel Nyström.  Gunnar era um firme defensor do ministério pastoral feminino, Nyström era contra, o que levou a quase uma divisão entre os dois. No fim, a visão de Nyström prevaleceu e se tornou o padrão da doutrina assembleiana.

Todavia, estaria Nyström com a razão neste aspecto? Haja vista o grande, valoroso - e por vezes superior - das mulheres assembleianas desde os tempos de Frida Vingren? Só as Escrituras devem nos guiar nesta questão. 

Paulo não temia as afronta dos homens. É só atentar para a epístola ao Gálatas para comprovar tal fato. Seu compromisso era com Deus, e não com os homens. É bíblico o motivo que Paulo restringiu o exercício da mulher para o ofício eclesiástico. Vejamos 1 Timóteo 2:12-14: “Não Permito, porém, que a mulher ensine, nem que use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”

É óbvio que Paulo não está restringindo a mulher de ensinar num sentido geral, uma vez que ele ordena que as mulheres mais velhas ensinem as mais novas (Tt 2:3-4), Timóteo, por exemplo, observou o testemunho de fé de sua avó Lóide e de sua mãe Eunice (1 Tm 1:5). Todos os cristãos são chamados, sem distinções, para evangelizar e fazer discípulos para Cristo, ensinando-os (Mt 18:19-20). Mas então, que tipo de ensino Paulo se refere? Veja que Paulo relaciona a Palavra “ensinar” com o exercer autoridade com relações aos homens. Alguns podem contra argumentar que Paulo utiliza a palavra Maridos e não homens. As edições Corrigidas de Almeida trazem "marido" ao invés de "homem". A palavra aqui seria melhor traduzida por “homem”. No original, a palavra grega é andros, o que dá a ideia do ser a ideia de ser humano masculino, diferente de antropos, que pode dar a ideia genérica de humanidade. A tradução "marido", também é legitimamente possível (cf. Mt 1.16). A King James Version, baseada no mesmo texto grego da tradução de Almeida (Textus Receptus), traduz a palavra por "homem", sendo que o próprio contexto mostra como homens e mulheres devem se portar na assembléia cultual, uma vez que Paulo está instruindo a Timóteo: “Mas se tardar, saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (Tm 3:15). Note também que a base da proibição de Paulo não está nas questões culturais de sua época, mas por causa da criação pré-queda, onde Deus estabeleceu os papéis fundamentais das relações entre homens e mulheres. Há um forte eco com a explicação de nosso Senhor Jesus quando explica a base do casamento monogâmico, onde também utiliza como base a criação. Aí vemos a importância da doutrina da criação. Adão era o cabeça tanto da mulher quanto da humanidade. Isso revela uma situação tanto familiar quanto teológica. Adão era o cabeça da mulher (familiar) e também da humanidade (teológica). Há uma profunda relação entre família e igreja, sendo que esta última iniciou-se no seio da primeira.

Ora, se tenho como mentor espiritual uma mulher, o que me impede de dar a minha esposa a liderança espiritual de minha casa? O que me impede de colocá-la como minha líder? Praticamente nada. Paulo, no capítulo 3 de 1 Timóteo, não faz referência alguma a mulheres para a seleção de presbítero,poderia ter feito, mas não o fez, pelo contrário, ao bispado convinha que fosse casado e governasse bem a sua casa!

Com o advento do movimento feminista, mais e mais mulheres começaram a ter pensamentos e conceitos estranhos e alheios à Palavra de Deus. A mulher, antes vista como uma auxiliadora valorosa, exemplo para a família, agora deveria correr em busca de seus objetivos e sonhos, a despeito de seu marido, filhos ou família. O trabalho e a satisfação individual deveriam vir em primeiro lugar. Algumas mulheres podem objetar dizendo: "Mas o que há de errado em buscar um emprego, realizar seus sonhos, ter uma vida um tanto quanto independente de terceiros?". Não é pecado a mulher procurar ter uma formação intelectual e profissional, estou longe de ser contra isso, pelo contrário. O grande problema é quando essa busca de realização é tudo o que importa, na verdade é o que mais importa na vida. Um modo de vida onde maridos e filhos são o segundo plano e muitas vezes não há espaços ou tempo para eles. Hoje, os problemas na família cristã cada vez mais se dão por conta dos pais, que não buscam educarem os seus filhos na Palavra de Deus, deixando essa responsabilidade para o mundo.

A história das Assembleias de Deus no Brasil é marcada por mulheres valorosas, de oração e do Evangelho. Tal atuação não pode ser menosprezada. Cada vez mais vêm se destacando a esquecida obra de Frida Vingren nos primeiros anos da Assembleia de Deus, sendo que é louvável  destacar a importância dessa mulher na obra de Cristo. 

Todavia, junto com a homenagem, vem o pacote ideológico: havendo a Assembleia de Deus cercada por tão grandes mulheres, logo não deveria legitimar o pastorado feminino? Minha resposta é simplesmente um franco não. E a razão é bem simples: Nesses momentos, costuma-se usar em prol de um ministério feminino as mais variadas formas de argumentos, menos a Bíblia. Posso certamente discordar do tratamento dado a Frida em certas ocasiões, mas isso não me dá a justificativa para apoiar os seus equívocos. Creio ter sido acertada a firmeza doutrinária de Nyström a quase um século atrás nesta questão. A meu ver,  não estamos somente sendo fiéis as nossas raízes, mas a Palavra de Deus.

Se a mulher cristã reconhecer seu legítimo e abençoado papel no lar, na igreja e na sociedade, muitas bençãos espirituais surgirão e muitos serão abençoados, em especial o homens valorosos que surgirão, além do próprio cristianismo. E com certeza, muitas mulheres terão uma enorme satisfação, não somente pessoal, mas com certeza espiritual e glorificarão grandemente o nome de Deus.  E todos nós seremos abençoados.


Soli Deo Gloria 

segunda-feira, julho 13, 2015

GQL é agora "Servorum Dei"

O Blog "Geração que Lamba" mudará de nome. Após meses de conversas e interação, a equipe do blog sentia a necessidade de uma mudança de nome, e isso não sem razão. O Blog GQL nasceu dentro de um contexto de várias controvérsias acerca do movimento evangélico contemporâneo, com seus vários movimentos e, como dizemos na atualidade, com suas "modinhas" particulares, que por diversas vezes apresentavam (e apresentam até hoje) um cristianismo vazio e superficial, além de herético em muitos momentos. Por isso o título "Geração que Lamba" era um título irônico e de crítica diante de todas as ditas "gerações" que apareciam nas igrejas ("Geração de apaixonados", "geração de adoradores", etc). O título do blog por vezes levava à curiosidade e a mal-entendidos também, apesar da breve explicação que eu tinha dado no primeiro post do blog, em 2007. 

A grande razão para mudança se deve a talvez um conjunto de fatores, mas dois em especial: O blog se expandiu bem mais do que o contexto em que foi criado. Durante quase dez anos de existência, o Blog Geração que Lamba tratou dos mais variados temas e se envolveu inclusive em controvérsias, até mesmo envolvendo política eclesiástica, como as questões da CGADB e a Bíblia Dake. Outro fator importante é que o tempo também foi sentido na  vida dos editores do blog. Os estudos e artigos ficaram mais refinados com o passar do tempo, e isso certamente se deve ao amadurecimento que cada um passou. Quando começamos, alguns estavam na adolescência, hoje quase todos estão casados com filhos, e os que não desfrutam do leito conjugal,  o matrimônio está às portas. Quando começamos, éramos pentecostais situados em linhas mais arminianas, hoje, somos pentecostais dentro de um parâmetro da teologia reformada e evangélica. 

Por estas razões, vimos a necessidade de mudar o nome do blog, apesar de ficarmos com saudade do nome original, no qual iniciamos nossos artigos (a bem da verdade, o nome original continuará em sigla, como um subtítulo do blog). Então a "geração que Lamba" acabou? De forma alguma, o que aconteceu foi o mesmo que  aconteceu com J. I. Packer, quando revisou e ampliou o seu livro Hot Tub Religion (Religião de Banheira Quente) e o intitulou God's Plan for You ( O Plano de Deus para Você), a justificativa dada por Packer foram as palavras que agora transcrevo:

"Frequentemente sou indagado se, com o passar dos anos, mudei meu pensar sobre alguma coisa no cristianismo. A resposta é não. Pelo menos, não conscientemente. Se há uma diferença, é no modo como as posições divergem da minha. O pianista chileno, Claudio Arrau, quando indagado sobre como o envelhecimento mudou seu modo de tocar, respondeu: 'os dedos ficaram mais sábios'. Espero que algo parecido possa ser dito dos itens já publicados desse livro".

É com esse mesmo espírito que mudamos o título desta página para a expressão latina "servorum Dei". No primeiro artigo que escrevi, o título era "Escravos da Verdade", pois foi com esse propósito que o blog fora criado. A expressão "servorum Dei (servos de Deus) de maneira alguma desfaz isso. Só somos servos de Deus se obedecermos a Jesus, que é a Verdade. Só seremos servos de Deus se formos santificados pelo Pai na verdade. E a Palavra de Deus é a Verdade. Para isso batalhamos. Para sermos uma geração que, como servos genuínos, busca a glória de Deus, sendo cristãos e biblicamente ortodoxos. Sendo escravos da verdade. Sendo servos de Deus.

Amém
Soli Deo Gloria

sábado, julho 11, 2015

O Evangelho da Graça (subsídio para Lições Bíblicas).

"...Contanto que cumpra com alegria a minha carreira e
o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho
do Evangelho da Graça de Deus" At 20.24

A cidade de Éfeso recebeu a forte presença do Apóstolo Paulo, que solidificou e praticamente fundou a igreja na região, pois lá encontrou pessoas que não haviam sido batizadas nem sabiam que havia o Espírito Santo (At 19: 1-2). A visita de Paulo causou confusão na cidade, que era marcada por uma grande idolatria à deusa Diana. Os ourives da cidade, influenciados por Demétrio, que estava preocupado com seu emprego, desencadearam uma perseguição ao apóstolo, que só foi parado pela providencial mão de Deus sobre o escrivão da cidade (At 19:35-41). O fruto na cidade de Éfeso foi muito grande, pois milhares de livros místicos foram queimados.

A igreja também teve em sua companhia o amado Timóteo, que era como um filho adotivo de Paulo. Quando Paulo partiu definitivamente de Éfeso, para não mais voltar, ele alertou à igreja que se introduziriam falsos profetas que não poupariam o rebanho, o alerta foi em especial aos líderes daquela igreja (At 20: 28-32). Alguns comentaristas sugerem que os falsos obreiros a quem Paulo se refere são certos hereges gnósticos primitivos, o que é possível, mas tal sugestão é apenas especulativa, haja vista que o gnosticismo se torna mais latente na igreja primitiva no final do primeiro século. Mas então, o que aconteceu a Éfeso depois disso? Ao que tudo indica realmente a palavra que Paulo pronunciou se cumpriu. Todavia, ele também sabendo da sua responsabilidade, enviou para a igreja seu filho Timóteo, o que foi uma grande benção para aquela igreja, apesar de logo no inicio, o rapaz apresentar timidez e ser novo demais para o pastorado, como Paulo revela na epístola para o jovem, que também fala que ele deveria refutar as falsas doutrinas e ser um exemplo de liderança na igreja (1 Tm 4.12). 
Um dos exemplos que Timóteo deveria apresentar para a igreja em Éfeso era certamente uma doutrina pura, um evangelho genuíno e não diluído por discussões inúteis e espiritualidade pueril. É por isso que logo no versículos seguintes Paulo exorta Timóteo a ter cuidado e perseverar na doutrina genuína, tanto para o bem dele quanto dos ouvintes da igreja. O alerta de Paulo é extremamente relevante para nós hoje, e especial para aqueles que trabalham na Palavra e na doutrina. No tempo de paulo e Timóteo, a igreja de Éfeso vivia em uma cidade que valorizava o misticismo e religiões de mistério do oriente. Ali havia o culto a Diana, feitiçaria e prostituição sagrada. Não é de admirar que a epístola aos Efésios ( que também  serve como um carta circular para as regiões da ásia menor) é a que mais destaca o tema da guerra espiritual na teologia Paulina. Os efésios deveriam permanecer firmes diante dos problemas, tanto de fora, quanto de dentro, causados por falsos mestres.

Era dever de Timóteo proclamar o genuíno evangelho de Cristo. No dizer do apóstolo Pedro, Timóteo deveria alimentar a igreja com leite racional, não falsificado, para que assim genuinamente crescessem na graça e no conhecimento de Cristo Jesus (1 Pe 2.2; 2 Pe 3.18). Isso só poderia acontecer se Timóteo proclamasse o santo e bendito Evangelho da Graça de Deus em Cristo. Só o evangelho, que é a mensagem do Cristo crucificado e ressurreto, que há de voltará para julgar vivos e os mortos, é que tem poder pra  salvação por meio da fé. A salvação não é algo a ser conquistado pelo esforço humano. Como diria Lutero, não é uma "teologia da glória", ou seja, um mero conhecimento das obras de Deus e utilização do raciocínio humano é que podemos ser salvos, mas sim pela fé naquilo que Deus fez de maneira grandiosa e escandalosa para a razão humana contaminada pelo pecado: salvar pecadores por meio da cruz de Cristo, de seu sacrifício na cruz. É por isso que Paulo não se envergonhava do evangelho pois era o poder de Deus para a salvação de todo o que cresse nessa boa notícia. O evangelho poderia ser escândalo para os judeus e loucura para os gregos, mas os que são salvos, pois é o poder de Deus. Diante de tal realidade, o que fazer? A Resposta do apóstolo era clara:

a) Timóteo deveria guardar esse evangelho (1 Tm 1:18).

b) Timóteo deveria combater por esse evangelho (1 Tm 6.12).

c) Timóteo deveria pregar esse evangelho destemidamente (2 Tm 4.1).

As guerras e os combates por vezes provém da estupidez, depravação e soberba humana. Porém o que voluntariamente combatem por Cristo genuinamente combatem por uma boa causa. é por isso que o resultado dessa luta é o troféu de Glória (1 Tm 6.12). O genuíno lutador e que consegue vencer é o que vence, no dizer de Hans Bürki "a partir da fé". E é essa a conjuração que Paulo faz a Timóteo: "Prega a palavra". Só assim seremos bons soldados de Cristo. E bem certo que essa é a mensagem de Deus para todo o soldado cristão, que faz parte do batalhão espiritual de Deus.

Amém.

Soli Deo Gloria

sábado, julho 04, 2015

As Pastorais: Uma mensagem à igreja local e a liderança (subsídio para as Lições Bíblicas)




É comum ver nas pinturas de Paulo a Bíblia e a espada.
Aqui, uma pintura feita por  Peter Paul Rubens. (1577-1640)
Introdução

Perto do início de 70 d. C. , os apóstolos Paulo e Pedro escreveram suas epístolas, sendo martirizados
não muito tempo depois. Os cooperadores dos apóstolos, como o escritor de Hebreus e Judas, encorajaram e exortaram o povo de Deus nesse período. Por fim, da primeira geração de apóstolos havia apenas um, João (que provavelmente era o "caçula" do colegiado apostólico), o qual será o escritor mais prolífico do Novo Testamento depois de Paulo.

I. As Pastorais – as últimas cartas de Paulo.

Pouco depois de sua libertação de Roma, ele continuou seu trabalho de plantar igrejas, sendo que é dito inclusive que ele viajou para a Espanha. O certo é que ele implantara várias igrejas, sendo que para garantir a saúde dessas igrejas, ele envia Tito, antes ele envia Timóteo a Éfeso, ambos seus cooperadores.
Essas três últimas cartas são chamadas de “pastorais” e nunca receberam contestações até o século XVIII, quando questionou-se a autoria de Paulo como o autor dessas epístolas, devido a mudança de vocabulário e teologia, e supostamente por que a igreja já havia se organizado, tendo até ministros pagos.

Nenhuma dessas proposições convence, pois a mudança de vocabulário e teologia se dá por causa da mudança de assunto e propósito. Não há nada nas pastorais que contradiga a teologia e biografia de Paulo.

A igreja primitiva já era organizada desde a sua origem, que contava com presbíteros/bispos e diáconos, assim também como ministros que recebiam remuneração, algo aprovado pelo próprio Paulo ( 1 Co 9.1-19).

Analisemos, então, o conteúdo das pastorais:

A) 1 Timóteo (65 d. C.):

Paulo, após a sua libertação da prisão em Roma (At 28), viajou para a Espanha (conforme Clemente de Roma, 96 d. C.). Depois de ministrar a Palavra de Deus, Paulo voltou a região do mar Egeu (em especial Creta, Macedônia e Grécia), continuando seu ministério ali, foi quando enviou Timóteo a Eféso. Assim, posteriormente, ele escreve a Timóteo sua 1º epístola a este jovem.

Propósito: 1 Timóteo foi escrita para encorajar a Timóteo em seu ministério, vencendo a  timidez que parecia ser característica dele (1 Co 16.10; 2 Tm 1.7). Paulo tem um propósito tríplice em escrever a Timóteo:

1. Exortar a Timóteo a respeito de seu ministério e vida pessoal.
2. Exortar  Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões por causa da corrupção dos falsos mestres.
3. Instruir Timóteo a várias questões de natureza eclesial da igreja de Éfeso.

Mais que qualquer outra epístola paulina, 1Timóteo urge em necessidade da responsabilidade pastoral de pregar o evangelho fiel e verdadeiramente.  
Conteúdo:
I. A sã doutrina (cap. 1).
II. Oração Pública ( cap. 2).
III. Qualidades ministeriais (3.1-13).
IV. Doutrina falsa (3.14-4.11).
V. Instruções pastorais (4.12-6.2).
VI. Exortações finais ( 6.3-21).
Versículos-chave: 1 Tm 1.15;2.4-6.

2 Timóteo (67 d. C.)
Tema: Perseverança na Fé.
Paulo voltara a Roma (1.16-17), sendo que devido a perseguição efetuada por Nero, foi novamente encarcerado, estava sofrendo as privações de um prisioneiro comum (2.9), abandonado pela maioria de seus amigos (1.5) e tinha consciência que seu ministério chegara ao fim e sua morte se aproximava (4.6-8,18). Então ele escreve seu testamento espiritual a Timóteo (e também a todos nós). Encorajando-o firmemente a ser um genuíno ministro de Cristo e não deixar-se levar pela timidez, mas ser firme diante das perseguições, não se envergonhando do Evangelho de Cristo.

Propósito: Sabendo que Timóteo era um jovem tímido e dos problemas internos (heresias) e externos (perseguição) que estavam cada vez mais intensos, Paulo escreve para Timóteo exortando-o a:
A) Defender o Evangelho.
B) Pregar a Palavra.
C) Perseverar na tribulação.
D) Cumprir sua missão.

Resumo:
I. Introdução (1.1-5).
II. Exortações referentes aos sofrimentos e perseguições futuras (1.6-2.13).
III. Exortações referentes a apostasia atual (2.14-26).
IV. Exortações referentes a apostasia futura (3.1-4.8).
V. Conclusão (4.9-22).

É interessante vermos as exortações sucintas de Paulo a Timóteo:
“Despertes o dom de Deus” (1.6).
“Não te envergonhes” (1.8).
sofre pelo evangelho (1.8).
Sê diligente na Palavra (2.15).
“Evita os falatórios profanos” (2.16)
“pregues a Palavra” (4.2).
“faze a obra de um evangelista” (4.5).
Obs: 2 Timóteo têm o versículo mais claro acerca da natureza das Sagradas Escrituras e sua importância para o ministério e igreja.
Versículos-chave: 2 Tm 1.10; 2.19; 3.16.


Tito (65/66 d. C.).

Tema: A Sã doutrina e as boas obras.

Tito era um gentio convertido, provavelmente grego (Gl 2.3), tornou-se companheiro íntimo de Paulo no ministério. Especula-se que na verdade era irmão de Lucas, e por isso não foi citado por ele em Atos. Após ser liberado de sua primeira prisão em Roma, Paulo viajou com Tito por um breve período em Creta, sendo que Paulo deixou Tito em Creta cuidando da igreja e organizando-a ali (1.5). Nesta carta, Paulo e diz que enviará Ártemas ou Tíquico para substituiu-lo, sendo que Tito deveria encontrá-lo em Nicópolis, onde Paulo planejava passar o inverno, em ocasião posterior, Paulo designou Tito para a Dalmácia(2 Tm 2.4).

Propósito: Paulo tem com objetivo ao escrever a Tito  algo semelhante ao de Timóteo, porém Tito tem a tarefa de terminar de estabelecer a igreja que Paulo deixou em Creta. É bem parecida com 1 Timóteo, porém possui algumas distinções devido a natureza particular da igreja em Creta.

Resumo:
I. Introdução (cap. 1.1-4).
II. Informações pessoais e organização da igreja (1.5-16).
III. Organização da Igreja, informações pessoais e profissão de fé (2.1-15).
IV. Organização da igreja e informações pessoais (3.1-11).

Versículo-chave: Tt 2.11.


Conclusão:

As epístolas pastorais possuem várias características especiais. Aqui vemos Paulo na intimidade, como um experimentado líder, que é divinamente inspirado a orientar não somente dois jovens ministros, mas certamente toda a liderança da igreja cristã. As lições das pastorais permanecem atualíssimas, tanto para ministros, como para a igreja. Quem as lê e medita em seu santo conteúdo saberá "como convém andar na casa do Deus vivo. Coluna e firmeza da Verdade" (1 Tm 3.15)

Soli Deo Gloria


Nota: Para compor esse estudo, o editor fez uso de obras como Introdução aos Escritos do Novo Testamento, de Erich Mauehofer e A Bíblia Livro por Livro, de Myer Perlman, ambos publicados pela editora Vida.