sábado, agosto 25, 2007

John Wesley, o neo-teísmo e os teólogos tupiniquins.



Não há como negar a importância do pregador e avivalista inglês do século 18 John Wesley. Quem lê um pouco de sua biografia deslumbra-se com esse grande homem e pregador por seu caráter, santidade e amor pelas almas perdidas.
Há uma interessante questão acerca de Wesley que pode ser encontrada no livro do teólogo batista e amigo de Gregory Boyd Roger Olson, em seu livro História da Teologia Cristã. Neste livro, ao falar acerca de Wesley, ele nos relata que Wesley não produziu sistematicamente uma teologia, pois para ele, os teólogos já haviam produzido suficiente. Porém o próprio Wesley “contribuiu” para a teologia cristã ao falar acerca da doutrina da “santificação plena”, ou seja, o crente pode desfrutar uma santidade plena ainda nesta vida. Até hoje a doutrina de Wesley é controvertida, e gera bastantes discussões no meio teológico, creio que isso dará uma boa discussão em outros artigos. Todavia, me prendo a opinião de Wesley sobre teologia e busco aplicar este principio no cenário teológico brasileiro atual.
A comunidade teológica brasileira está vivendo dias movimentados com relação ao processo que envolve o pastor Ricardo Gondim e Ed René Kivitz desde quando eles aceitaram a doutrina do neo-teísmo proposta por Gregory Boyd e outros ph’deuses da teologia americana. A controvérsia foi tão grande que até o pastor Augustus Nicodemus Lopes se viu dentro desta discussão ao debater e dar uma réplica ao pastor Godim, que publicou certa critica às opiniões “calvinistas” de Nicodemus em seu site.
Meu intuito a escrever este artigo não é criticar em si a pessoa de Ricardo Gondim ou de Ed René Kivitz, e sim buscar fazer uma reflexão sobre essa delicada questão que envolve a teologia tupiniquim. É algo que tenho notado desde tempos de jovem convertido, quando me deparei pela primeira vez com o artigo “estou cansado” do pastor Gondim. Fiquei intrigado e um tanto perplexo como que li. Hoje, com tantas polêmicas envolvendo o absurdo do Neo-teísmo por parte de teólogos com mentes brilhantes cabe perguntar: O que há de errado com a teologia tupiniquim? Será que para ser um bom teólogo brasileiro é necessário ter um pensamento totalmente novo, ainda que esse pensamento seja contrário às Escrituras? Pois é isso que parece, e é algo que vejo em vários seminários. Há professores de teologia que ensinam que Deus não é onisciente, onipotente, nem onipresente, e ainda é mutável!(isso bem antes do teísmo aberto ter se tornado moda, um professor de um conceituado seminário batista aqui em Belém já havia proposto tais definições), será que teologia é como as outras ciências, onde conceitos são revistos à luz da intelectualidade humana, e às vezes são mudados pela simples vontade de mudar? Creio que não.
Creio que existem temas que precisam ser mais bem explorados das Escrituras, mas nada com relação às doutrinas essenciais da Bíblia. Grandes homens doaram sua mente para sistematizar uma doutrina complicadíssima como a trindade divina em controvérsias brutais com hereges. Grandes homens sofreram quando afirmaram que uma doutrina, uma doutrinazinha qualquer dessas por aí que fica rolando na boca de todo mundo que se diz genuinamente crente, afirmando que essa doutrina é essencial para poder compreender a salvação, uma doutrinazinha chamada justificação pela fé, que ninguém reformula por uma melhor, nem pelo nome, ora essa! Lembro-me de grandes homens que afirmaram que Jesus é Deus feito carne, e não um Deus e um homem compostos, penso naqueles homens que lutaram contra uns criativos teólogos, que buscavam dar uma nova visão à teologia, algo mais adaptado a mente moderna, algo que pudesse sustentar uma visão cristã mais moderna, sabe como é... Algo mais de acordo com o mundo, a ciência, quem sabe, qual é o problema de dizer que Jesus não é Deus? Ora, todo mundo sabe que Deus é o pai de todos, e que sua qualidade maior é o amor? Porque não abraçar certas idéias científicas? Sabe como é... algo mais light e contemporâneo para agradar as pessoas, afinal estamos na dispensação da graça. Sim, lembro-me desses homens que lutaram contra isso e foram humilhados, uns sujeitinhos rústicos e anti-intelectuais, tais chamados fundamentalistas, anti-evolução, etc, e uns brabos que diziam que Jesus veio de uma virgem, oh que mito!!! Sim, aquele tal de Machen que, graças a Deus foi desprezado e humilhado em julgamento infame e tirado de sua denominação. Ainda bem que foram substituídos por teólogos mais inteligentes como Karl Barth, que afirmava que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas se torna quando Deus a toma, afinal Deus é transcendente. Ora por que não??? Ora por que então ainda há tanta relutância com esses crentizinhos mixurucas que só recebem o que os outros pensam, esses robozinhos medíocres, uns piores que os outros, tem um grupo então que se acha melhor que os santos apóstolos e quer falar em línguas e profecia, oh que soberba e misticismo!!! Por que será que existe tal relutância?
Talvez...
Talvez seja porque eles preferiram as palavras de homens rústicos que falavam de acordo com o que Deus fala.
Talvez seja porque eles, ao pensarem por si mesmos, viram que não precisavam criar um novo conceito, mas sim viver o conceito antigo, é...isso mesmo, aquele conceitozinho de acordo com aquele livrinho chamado Bíblia.
Oh, talvez seja porque eles viram que teologia é uma amostra, amostra daquilo que Deus fala na Bíblia, não dos pensamentos dos intelectuais e ph’deuses.
Talvez porque eles viram que não precisam mudar aquilo que está totalmente de acordo com a palavra Imutável.
Oh pior! Talvez seja porque eles viram que teologia É VIDA, É PRATICA, e boa teologia é feita em meio a controvérsias, é feita visando à salvação e o crescimento espiritual, e não a questões de sofrimento onde Deus fala não que Ele não podia prever isso, mas sim, Ele é Soberano, e faz todas segundo o conselho de sua vontade ( Ef 1:11).
É. Talvez seja por isso.
A muito do que se pode fazer para uma boa teologia sem ferir o próprio Deus, porém não é isso que eu vejo acontecer com os teólogos tupiniquins. Caio Fábio sugere que devemos ser de acordo com a lei homofóbica, Gondim e outros, afirmam que Deus não conhece todas as coisas e não é todo-poderoso.
O mundo cristão brasileiro está em grave crise com modismos, heresias, e pecados horripilantes, que espero nunca cometer em minha vida, pois sou um pecador e não estou livre de tais coisas, que Deus me guarde! Que Deus nos guarde e nos dê graça para podermos ser como aquela igrejinha, “rústica”, “ignorante”, “primitiva”. Esses crentizinhos que “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.”(At 2:42)

Soli Deo Gloria
P.S : Não deixe de ler o artigo anterior em que eu, Carlos Eduardo e Nilton Rodolfo entrevistamos Carlos Moysés, vocalista do Voz Da Verdade.

quinta-feira, agosto 23, 2007

GQL entrevista Carlos Moysés





Lá estava eu na Casa Publicadora da Assembléia de Deus em Belém, na época com 16 anos de idade, ainda estudando no Colégio presbiteriano John Knox. Nesse dia comprei dois livros: Livro dos Mártires, de John Fox, e Heróis da Fé , de Orlando Boyer.

Porém juntamente com esses dois livros me deparei com uma interessante revista chamada Defesa da Fé. Era uma edição especial de natal, onde falava dos grandes personagens que marcaram a igreja cristã. Acabei levando-a para casa e quando estava folheando as páginas reservadas as cartas enviadas estava presente uma foto da edição anterior, que tinha uma manchete mais ou menos assim: “Grupo Voz da Verdade lança CD contra a trindade”. Eu guardei aquilo comigo e de vez em quando refolhava aquele espaço dedicado às cartas.

Lá estava eu em minha casa, um ano depois, 2004, e minha mãe aparece com um CD, entusiasmada ela diz: “olha filho, esse grupo é uma benção!”. Vi o nome do grupo.
“mas...será que são eles??? Como??? Creio que é outro com o mesmo nome, afinal, esses CDs são vendidos em lojas cristãs também...”

O ano era 2006, naquela época eu (Victor), Carlos Eduardo e Nilton Rodolfo fazíamos parte da Mídia Integrada da missão com adolescentes do Templo Central da Assembléia de Deus em Belém. Em uma das reuniões, ficou acertado que iríamos fazer a cobertura do evento promovido pela Igreja do Evangelho Quadrangular chamado Louvor Norte( que para alguns chama-se Louvor-Carne), onde os grande pop stars do mundo gospel compareceriam como DJ Alpiste, Adriano Gospel Funk, David Quilan e o Grupo Voz da Verdade. Era a oportunidade que eu queria.

No primeiro dia entrevistamos vários astros do “mundo pop gospel”, como o polêmico Dj alpiste e Adriano Gospel Funk. Era uma sexta-feira

Domingo à tarde. Nilton Rodolfo preparou a fita da câmera em oito milímetros e eu e Eduardo nos preparamos para ver quem achávamos no bonito Hotel Sagres, onde os grupos estavam hospedados. Ao chegar na porta, vi pela vidraça uma figura um tanto familiar juntamente com muitas pessoas, eu perguntei para Cadu(já estando dentro do hotel): “aquele é o Carlos Moysés?” ele respondeu: “sim”, naquele ano eu já tinha várias evidências de pessoas afirmando que o grupo negava a doutrina da trindade, porém nenhuma prova substancial. Naquela hora, senti uma vontade, que acredito que tenha vindo dos céus, pra iniciar uma confrontação.
Entrevistamos os ex-pop Stars mundanos Fat Family, que nos acolheram com grande simpatia, e depois, não me lembro exatamente, mas já havia combinado entrevistar Moysés. Sabia muito bem as perguntas que eu deveria fazer. Era só pegar um gancho. Essa entrevista está guardada pela GQL até hoje.


A Entrevista:

Victor: Olá pessoal estamos aqui com o...?

Carlos Moysés: Pastor Carlos.

VL: pastor Carlos, e hoje a gente vai fazer umas perguntinhas rapidinhas para ele, como foi que ele iniciou o ministério, qual é a visão de ministério que ele possui...

CM: Qual é a primeira?

Carlos Eduardo: Como foi que começou o seu ministério, todo esse grande ministério que é o Voz da Verdade?

CM: Voltando lá atrás, eu nasci... (nessa hora é interrompido por Cadu, que começa a bater palmas com seu humor habitual)... Porque Deus quis.

CE: Amém... (Eduardo era um grande “fã” do grupo, e suas evidências eram tão escassas quanto as minhas, e confesso que também sentia certa admiração pelo grupo, apesar das desconfianças).

CM: Meu pai, para quem não sabe é filho de Árabe, e se converteu dentro de um cinema, com Jesus aparecendo para ele, fisicamente, saindo da tela, para resumir falou “vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens”, ele saiu de lá convertido, foi expulso de casa pela família, e pode-se dizer que o ministério começou com ele, então viemos nós os filhos, e eu gostava de jogar futebol, inclusive era bom jogador.

CE: Era bom?

CM: Muito bom, treinei no São Paulo, com contrato assinado, porém aos doze anos tive pus no osso e fui curado, fiz duas cirurgias e quando tive que amputar na terceira vez Jesus me curou e joguei bola, levei pancada... Nesse ínterim ouvia muitas músicas, e música secular como Elvis Presley, música italiana, francesa e de uma certa forma isso foi uma benção pois me influenciou para a música e música é divina, não tendo palavrão ela é divina, não tendo palavras obscenas é divina, não existe música do mundo, do diabo ou de Deus, a diferença está na letra, e com relação aos ritmos, posso dizer que todos os ritmos são do Senhor. Deus guardou, então quando recebi o Espírito Santo em 73 aí minha mente foi ampliada e comecei a fazer música, era uma mania. O pessoal dizia que era bonita... Apesar de às vezes ser uma bomba, mas o pessoal dizia que era bonita, até que minha avó disse “vai gravar...” aí então respondi: “ não vó, gravar é coisa para artista e não para crente”, acontece que seis meses depois de sua morte nós estávamos gravando em 78, onde já existia o conjunto. O conjunto foi fundado em 72, mas o “gravar” foi em 78. No início sofremos um pouco, pois quebramos o ritmo de igrejas, que na época tinham corais, enquanto nós vínhamos com rock, regaae, por isso levamos muitas pedradas, mas dessas pedras fizemos um castelo.

VL: O senhor afirma que recebeu o Espírito santo, todavia existem boatos por determinados grupos evangélicos afirmando que o Voz da Verdade negava a trindade.

CM: Ainda tem isso?

VL/CE: têm... ainda têm sim, bastante...

CM: Mas como, seu eu faço uma música sobre o Espírito Santo de Deus, se hoje quem age na dispensação da graça é o Espírito Santo, se eu falo em línguas estranhas, se converte milhares e milhares de pessoas? Então aí tem coisa errada.

VL: Mas é que saiu na revista defesa da fé...

CM: Ah, mas a Defesa da Fé defende mais o diabo do que a fé!
Nesse momento Eduardo soltou uma gargalhada, misturando felicidade e alívio, e eu também já estava começando a ficar aliviado... Ambos estávamos baixando a guarda...

CM: eu já falei isso para o pessoal dessa revista, eles só querem saber de atacar o nosso meio, ataca um aqui outro ali, em vez de defender a fé, esse tipo de pessoa não entende a multiforme graça de Deus, ele pensa que a fórmula correta é a igreja dele, mas nós somos uma das multiformes graça de Deus. Acusar-nos de não termos o Espírito Santo é complicado, pois se pode pecar contra o Espírito santo e aí não há perdão. Quem me curou, o Espírito Santo ou o diabo? Até lá em Cuiabá houve um rapaz que se converteu novo, e chegaram para ele falando: “hei rapaz, larga isso, Voz da Verdade é do diabo!!!”. Aí ele respondeu que então ele iria ficar com o diabo, pois ele me deu paz, me deu alegria, transformou a minha vida.

VL: Mas como surgiu esse boato?

CM: Ah sei lá, talvez seja porque nós pregamos que Jesus é o único Deus, batizamos nas águas em nome de Jesus, afinal é simples, Jesus é Deus? Está escrito que ele é. Batismo nas águas em nome de Jesus tem na Bíblia? Todos! Não existe nenhuma pessoa batizada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nenhuma, até porque lá em Mateus está escrito “em nome” e não “nos nomes”.

VL: Teve alguma música que você fez para Deus Pai, outra sobre Deus Espírito Santo, sempre citando Jesus também...

CM: Mas não existe Deus-Filho, nem Deus-Espírito Santo na Bíblia, e sim somente Deus Pai, esse é o problema, você só pode chamar Jesus de Deus se ele for o Pai, Deus é só o Pai, como está escrito em Timóteo, e como João chama Jesus de Deus? Jesus como homem era o filho, é claro, afinal aquilo que é gerado não é Deus, pois Deus não é gerado...
Depois de mais uma pergunta sobre encarnação, que houve certa confusão(ele pensou que eu havia dito que Jesus nunca foi homem) , encerramos uma entrevista onde ele dizia para o jovens. À essa altura eu estava um tanto aborrecido e Cadu estupefato e um tanto quanto esgotado depois de tanto cheirar uma heresia( hoje há certo humor quando vemos a cara dele na hora) com o que tinha escutado, nesse momento a alegria virou tristeza.

É claro que a explicação de Moysés para o texto de Mateus é absurda. É só reparar como está no grego original e até mesmo em Português. O fato de na Bíblia citar o batismo em nome de Jesus não está sugerindo de forma alguma uma fórmula, pois não há uniformidade quando esses casos são citados. Uma olhada no primeiro capítulo do evangelho de João mostra claramente uma distinção entre o Verbo de Deus e o próprio Deus, foi Jesus, o Verbo, que se fez carne. É impressionante quando ele cita a blasfêmia contra o Espírito e se esquece que o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus ( 1 Co 2:10), é triste vermos igrejas que se dizem cristãs promovendo tal tipo de evento, o qual duvidamos muito se realmente existe caráter ou apenas um negócio puramente mercenário que engana o povo de Deus, que comunhão há pois entre luz e trevas? Que Deus nos conceda graça e infinita misericórdia para não cairmos no mesmo erro de tais homens, e nos dê autoridade moral para retirar um fermento, que pode levedar toda a massa.

Eu nunca me esqueci do que Carlos Moysés disse ao terminar a entrevista: “estude hein??!”, será que ele se dá conta do que está fazendo? Também nunca me esqueço da volta do hotel quando Carlos Eduardo replicou para um membro do conselho de mídia: “Acabamos de entrevistar um herege.”

Soli Deo Gloria

sexta-feira, agosto 17, 2007

FALANDO A VERDADE





VERDADE, palavra quase esquecida entre evangélicos ultimamente. Mas antes de falar sobre isso, gostaria de contar uma historinha... certa vez um grupo de amigos estava reunido, quando um deles chegou com um penteado meio estranho e perguntou o que os outros tinham achado de seu visual, todos foram unânimes, disseram que estava lindo, muito bonito. Mas ao deixá-los por um instante todos os que haviam elogiado criticaram a atitude daquele amigo, e sempre que o viam chegar ao longe falavam mal, mas assim que ele se aproximava tudo voltava ao “normal”... voltando ao assunto, essa pequena história demonstra o que se passa hoje em nossas igrejas, onde o “povo de Deus” se esqueceu do nono mandamento que diz: “Não dirá falso testemunho contra teu próximo”.
Hoje em dia também é comum vermos grupos de pessoas na igreja que se dizem amigos, ou mesmo líderes que dizem se preocupar com seus liderados e evitam falar a verdade sobre algo que é errado por medo de magoar seus amigos (Pv 27: 5,6), diz-se até que o sangue daquela pessoa cairá sobre suas mãos. No entanto o sangue da pessoa de fato recairá sobre suas eles se ocultarem a verdade, se preferirem uma mentira branda a uma verdade dura que pareça machucar, pois a verdade as vezes é “dolorida” (Ez 33: 8, 9).
Agora vamos nos lembrar das palavras de JESUS quando disse que devemos ser sal da terra e luz do mundo, mas como poderemos salgar se o sal for insípido? Ou a luz iluminar se ela se encontrar escondida? (Mt 5: 13 – 16). Esse texto trata sobre as boas obras (testemunho, caráter) que todo cristão deve ter para glorificar a Deus, mas como poderemos dar testemunho se não falamos a verdade até mesmo nas pequenas coisas? Não estou dizendo que você irá falar que uma pessoas é feia ou de coisas insignificantes, mas irá falar a verdade sobre coisas que realmente são importantes e relevantes para a vida e até mesmo para a salvação das pessoas.

A PAZ DE CRISTO

quarta-feira, agosto 08, 2007

Corte, o que é corte ??


Bom, com um breve comentário vamos tentar esclarecer um pouco nossas dúvidas sobre esse assunto.

A Corte é um estilo de namoro diferente dos “normais”. Seu maior fator é de que não se pode beijar a namorada ou namorado. Mas com que intuito? Os pregadores dessa “tese” dizem que o beijo desperta os desejos ou instintos tanto no homem quanto na mulher, levando assim, ao sexo. Mas será verdade?

Primeiramente quero dizer que a Corte, como já falei, é uma “tese” pois não tem nenhuma base bíblica. Mas não podemos descartar a possibilidade da corte; em nenhum momento vou falar que ela está totalmente errada, pois devemos atentar para o que Paulo fala lá em 1 Co 7. 7: “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo, mas cada um tem de Deus o seu próprio Dom, um de uma maneira e outro de outra.” Paulo está falando sobre seu dom de não se casar, onde ele deixa bem claro que isso é um dom de Deus.

Podemos aplicar de certa forma, eu disse de certa forma, esse versículo à Corte, pois Paulo não está falando de corte e sim de não tocar em mulher. Para podermos honrar o pacto da corte precisamos ter esse dom de Deus. Devemos fazer essa escolha com muita oração, buscando de Deus, vendo se esse é o nosso dom. Mas o que vemos hoje não é isso, pessoas ouvem essa “tese” e muitas vezes movidas pela emoção acabam fazendo esse pacto com Deus.

Mas deixo uma pergunta no ar: Será que o beijo leva ao sexo? Estamos certos que o ato de beijar pode despertar desejos, mas também temos inúmeros casais que mesmo beijando conseguiram esperar até o casamento, ou seja, literalmente o beijo não leva ao sexo. Só nos levará se permitirmos, porque sempre seremos tentados; mas só vamos cair se escolhermos pecar. Temos que ter um namoro baseado em jejum e oração, para que com a graça de Deus tenhamos vitória.

Creio que o namoro ou a corte não estão totalmente certos ou totalmente errados, a vontade de Deus é que tenhamos de uma maneira ou de outra um namoro com santidade, sem as obras da carne mencionadas em Gálatas 5. 19.

Que com nosso namoro possamos alegrar o coração de Deus, e assim permanecer na sua inteira vontade.

Abraço.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Leve diálogo entre um pentecostal e um cessacionista



Faz um certo tempo que mandei certo e-mail para um determinado grupo batista fundamentalista da web. Abertamente anti-pentecostal. A meu ver, eles carecem de uma análise sadia do pentecostalismo e também possuem uma visão errada de nossa doutrina. Na época, meu conhecimento da história da AD era um tanto limitado, e apesar de certa melhora, talvez minha explicação contivesse erros. Quem quiser comentar sobre eles sinta-se à vontade.




Diálogo:

A começar por mim:
Irmãos amados, reparei recentemente em artigos que fazem uma associação com o movimento de fé promovido por Keneth Hagin e pelos neo-pentecostais com o pentecostalismo clássico. Creio que isso, independente de qual seja sua posiçõa teológica, é um exagero, como tentarei mostrar. Não pretendo fazer uma apologia ao pentecostalismo, mas tentar colocar as coisas no eixos.
O pentecostalsimo teve início no chamado "movimento da Rua AZuZA", que teve como caracteristicas as práticas dos dons espirituais como o falar em línguas e profecia.
O pentecostalismo foi um dos movimentos que mais cresceu no séc xx. E influênciou também muitas denominações como os batistas - Apesar da forte resistência do Fundamentalismo, que dizia que o movimento possuía milagres falsificados - presbiterianos, anglicanos e metodistas.
O pentecostalismo surgiu no Brasil principalmente devido a influência de dois missionários batistas chamdos Daniel Berg e Gunnar Vingreen.
Ambos foram expulsos da Primeira Igreja Batista, devido a igreja ser de cunho cessacionista, e fundaram a igreja missionária Assembléia de Deus, que praticamente deu uma forma ao movimento no País.
O pentecostalismo foi influenciado grandemente por uma noção batista e, em pequena parte, presbiteriana.
O estilo de culto do pentecostalismo clássico é muito parecido com os batistas,com hinos onde os irmãos cantavam reunidos. Em algumas igrejas da denominação, existiam instrumentos como violino e outros voltados mais a música clássica, além de corais. Tinha também a pregação do Evangelho.
A diferença mais significativa, eram os gritos de "Aleluia" e "Glória a Deus" que inrrompiam quando um pregador dava uma leve pausa na pregação. Também tinham, o falar em línguas e, algumas vezes profecias, além de algumas revelações ( que diferindo do movimento neo-pentecostal, não tinha cunho doutrinário e sim pessoal). Além da prática de apelos no final da mensagem.
Os pentecostais em nada diferiam com relação as doutrinas essencias do cristianismo. Pelo contrário tinham uma sede imensa no evangelismo pessoal ( O pentecostalismo foi um dos grandes movimento para a obra missionária).
Logo no inicio se enfatizava bastante a volta de Cristo, onde adotava-se uma postura teológica pré-milenista e pré-tribulacionista. Escatologia que até hoje é a oficial do movimento.
Enfatizava-se de maneira bastante exagerada a separação do mundo, de maneira quase radical. Mas foi somente no inicio dos anos 90 é que a denominação começou a se ver prejudicada por tal medida ( como o corte de cabelo e roupas)
Somente no final dos anos 80 e início dos anos 90 é que práticas alheias ao pentecostalismo clássico começaram a invadir o movimento. Isso em parte se deu por causa da aproximação com igrejas diferentes ( como a batista renovada, além da Quadrangular, que apesar de ser pentecostal, difere muito do pentecostalismo clássico da Assembléia de Deus). Como a inclusão de danças no culto, teatro, entre outras coisas. Além da entrada de modismos teológicos.
Hoje existe uma forte luta dentro da maior denominação pentecostal clássica( Assembléia de Deus) contra o neo-pentecostalismo e modismos que não só prejudicaram mas que estão grandemente esfriando o movimento no Brasil, tornando-o irreconhecível de sua forma original. Para ter uma idéia sobre o assunto, recomendo a leitura do excelente livro contra os modismos do Pastor Ciro Sanches : "Erros que os Pregadores devem evitar"( CPAD, 2004).
A versão da Bíblia preferida pelos pentecostais é a Almeida Revista e Corrigida da Sbb ( muitos ainda não possuem conhecimento das diferenças entre várias versões, porém até hoje preferem a versão clássica).

Agora, a resposta do irmão cessacionista:

Caro irmão em Cristo, Victor: Reconheço que as melhores e mais moderadas igrejas Assembléia de Deus são bem melhores que todas as igrejas "Movimento de Fé", que elas tendem a usar melhores Bíblias que muitas igrejas batistas, que elas têm maior padrão moral que as piores igrejas batistas, etc.Mas, por outro lado, acho claro que o movimento pentecostal é uma árvore com uma só raiz (colocarem fortes experiências no mesmo nível ou em nível mais alto que a Bíblia) mas com muitos, muitíssimos ramos, alguns até antagônicos e lutando contra outros.É nesse sentido (colocarem fortes experiências no mesmo nível ou em nível mais alto que a Bíblia) que afirmo que o neo-pentecostalismo, o pentecostalismo moderado, o pentecostalismo extremado, etc., são todos eles frutos do mesmo e terrível erro,
Hélio
Infelizmente há algum tempo esse fundamentalista não responde meus e-mails, ainda que não tenham sido sobre diferenças doutrinárias.
Quem sabe um dia...

Soli Deo Gloria