sábado, março 05, 2016

Os perigos de uma visão ingênua sobre o namoro cristão

"E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem" (Mc 7.20-23).

O namoro cristão é o início de uma árdua jornada. Ele não é um simples meio para o jovem casal ganhar inúmeras "curtidas" e receber muitos elogios nas redes sociais. Tampouco, ele é o meio pelo qual simplesmente afirmamos a nossa sexualidade - para que nossos pais e amigos testemunhem de que não somos "frouxos". Os passeios, as pizzas e os cinemas são coisas legais, mas eles estão longe de ser o sentido do namoro cristão. Na verdade, este é o início da jornada de um jovem e sua amiga rumo à cidade celestial; jornada esta, que eles decidiram percorrer juntos, compartilhando das alegrias e das dificuldades que os aguardam.

O jovem deve estar disposto a se submeter a Deus a fim de ser forjado por Ele e Sua Palavra para o difícil ministério de liderar a sua casa, amar a sua futura esposa como Cristo amou a igreja e a trabalhar exercendo os seus dons para a glória de Deus. A jovem, semelhantemente, deve engajar-se diante do Senhor para ser mulher sábia, virtuosa, que se submeterá ao seu futuro marido, no Senhor, e que servirá a Deus com uso de seus dons tanto na boa educação de seus filhos quanto em outras atividades que Ele colocar em suas mãos para fazer. 

Embora saibamos que a família cristã está há muito sob fortes ataques satânicos, seja por meio da sedução ao adultério, à infidelidade ou à falta de submissão à santa Palavra de Deus, precisamos nos prevenir dos perigos que estão logo no início deste caminho vivido a dois, os quais geralmente são oriundos de uma visão ingênua acerca do namoro.

1) O perigo de achar que não há perigo

Um dos principais problemas que assolam o namoro cristão é a ideia de que o jovem casal é puro - em um sentido infantil. No Facebook, já visualizei fotos de namorados em que a garota está sentada no colo do rapaz e as pessoas comentam "casal abençoado", "lindos!",  "que Deus continue abençoando vocês" e por aí vai... Esta espécie de comentário de aprovação por parte de terceiros demonstra a falta de conhecimento acerca da realidade de nosso próprio coração. O Senhor Jesus nos ensina que os maus pensamentos provêm do nosso interior. Nenhum de nós, pecadores, está imune a isso. Mesmo o casal mais "fofinho" e "santo" precisa vigiar o coração, certo de que nele há um potencial imensurável para a prática do mal, de modo que isto faça com que ele fuja de situações que o leve a pecar.

2) O perigo de achar que é possível "ir só até o limite"

Todo homem precisa conduzir a sua esposa em caminhos que não a leve ao pecado, e isto precisa ser aprendido logo cedo pelo jovem namorado. Há situações em que ambos se sentirão tentados a brincar com suas paixões, em busca de se manter à beira de seus limites. Se porventura você, caro jovem, encontrar-se em circunstância semelhante a estas, mude-a rapidamente. Não queira saber até onde você pode ir e não pecar (lembre-se de que a loucura também é proveniente de nosso coração).

3) O perigo de achar que o amor é cego

Deus tem o propósito de nos santificar e fazer com que amadureçamos em nossa caminhada cristã, e ele usa de maneira especial o nosso futuro cônjuge neste processo. Talvez um dos membros do casal seja propenso à preguiça, ao atraso nos compromissos, ou até mesmo seja tentado a inventar desculpas para evitar o arrependimento por seus erros. O casal precisa tratar disso. Isto não é brincadeira. É necessário que os jovens namorados aprendam a conversar sobre suas lutas e a apresentar um ao outro diante do Senhor em oração. Se um dos dois não consegue ver falha alguma no outro, mesmo depois de alguns meses de namoro, é bem provável que este relacionamento seja marcado por idolatria e falta de discernimento bíblico.

Que Deus nos ajude a sermos vigilantes contra esses perigos.