quinta-feira, março 26, 2009

O Peregrino - O Maior dos Clássicos


Não há dúvidas sobre o poder do evangelho para transformar vidas, algo experimentado por diversas pessoas desde o início do cristianismo. Neste contexto destaca-se a vida do puritano batista John Bunyan, que ficaria marcado para sempre nos anais da história cristã, não somente por ser um homem profundamente piedoso, mas também por ter escrito um livro que depois da Bíblia, iria causar um dos maiores impactos espirituais na vida cristã: The Pilgrim's Progress (O Progresso do Peregrino), mais conhecido para nós como O Peregrino (algumas traduções também possuem o subtítulo A Viagem de um Cristão Rumo à Cidade Celestial).

O Autor

A história de Bunyan, na qual grande parte O Peregrino se baseia, são dignas de uma leitura atenta. Funileiro, depois de se converter à Cristo após uma vida dissoluta, ele experimentou grandes e profundas tribulações, angústias e um forte desespero. Perseguido pela igreja oficial da Inglaterra(Anglicana), preso e encarcerado duas vezes em Bedford Falls, Bunyan sentiu as mais profundas angústias por amor de Cristo. Neste período, John, um funileiro com pouquíssima educação (pelo menos para os padrões da época), escreveu aquele pode ser considerado o maior clássico dos clássicos cristãos. Em seu Progresso do Peregrino, o autor nos conta a história de Christian (Cristão), um homem atormentado por seus pecados e que foge da cidade de destruição rumo à cidade celestial. Neste caminho, Cristão encontrará os mais variados obstáculos como o Vale da Sombra da Morte, a Feira das Vaidades, adversários como Hipocrisia, Sábio-segundo-o-mundo e o Gigante Desespero.

O Livro

Nesta alegoria, vemos a maior e melhor descrição do sofrimento cristão, inferior somente às páginas das Escrituras. O livro é uma visão límpida e clara sobre as dificuldades da vida cristã. Com uma imaginação abençoada por Deus, Bunyan descreve de forma vívida a luta dos seguidores de Cristo rumo à Jerusalém celestial.
Milhares de cristãos que passaram e passam pelos mais diversos sofrimentos experimentaram conforto e consolação na obra de Bunyan. Ao contrário de Paraíso Perdido, clássico escrito pelo controverso John Milton vinte anos antes e que de forma erudita clássica conta em um poema épico a queda de Satanás e a batalha no céu, a obra de Bunyan é simples, profunda e extremamente espiritual e com diálogos cheios de reflexão. Logo após publicado, tornou-se um sucesso estrondoso de vendas. O Peregrino não se restringe somente ao meio reformado, mas também em outras denominações, como os pentecostais e metodistas e vai além disso, sendo publicado e comentado pelos mais diversos escritores seculares, constando inclusive na obra de Martin Seymour-Smith, Os 100 Livros que mais Influenciaram a Humanidade. Muitos ficam intrigados com a obra e com seu autor. Como alguém com tão pouca instrução, pode escrever da forma que escreveu, um clássico instantâneo? Para quem conhece o Deus de Bunyan, sabe a resposta dessa pergunta.

Edições Publicadas

Sendo um dos livros que mais foram impressos em todo o mundo, o Pregrino já foi publicado pelas mais diversas editoras, sendo que recentemente a CPAD lançou sua primeira versão da obra.

O tratamento gráfico dado ao Peregrino pela CPAD é muito bem feito. Recheados de belíssimos desenhos, esta versão da obra tem grande chances de atrair o público jovem, pois também conta com uma boa tradução, mais simples e solta, sem perder o sentido das palavras. Todavia, apesar dessa edição, além de bela, ser também um atrativo para um público específico (não que adultos não possam também comprá-lo), a tradução talvez perca um pouco da erudição e profundidade da obra original, algo importante em uma obra desse calibre. Outro ponto a considerar é que essa edição pequenos trechos da obras foram condensados. O que pode desagradar a alguns leitores.



Uma tradução que mais se assemelha à linguagem original é a versão popular publicada pela editora Martin Claret, que também uma das mais baratas disponíveis no mercado. Nesta versão vemos um português mais erudito, assim também como um vocabulário mais singular e rico. Tal edição, além de simples, é a mais fácil de ser adquirida, e também conta com uma bela tradução, bem fiel ao estilo da linguagem de Bunyan. Pode haver dificuldades na leitura devido a isso, pois em alguns casos para muitos leitores algumas palavras soem como arcaicas  (pouco usuais, a bem da verdade), o que é um empecilho considerável, mas nada que não seja superado pelo leitor.


Há também uma edição publicada pela Mundo Cristão em 1999, em formato de luxo e que contêm as duas partes da obra* (ou como muitos preferem, a sua seqüência), tal edição conta com ilustrações clássicas, com os frontispício original da obra de Bunyan, notas explicativas e uma introdução em forma de poema do autor. A tradução combina com a qualidade da obra de Bunyan com um vocabulário mais atual. A meu ver, assim como os editores, o resultado foi muito positivo. Na época de seu lançamento, o preço não era o dos melhores, porém a obra já é vendida em brochura e custa quase metade do preço anterior.


Uma outra edição de luxo é a publicada pela Editora Fiel, lançada acompanhada de um comentário sobre a obra e notas de rodapé, é uma boa pedida para quem quiser se adentrar na grande mente de Bunyan.



Há outras edições, como a publicada pela central Gospel, além de versões resumidas feitas pela Mundo cristão e Fiel.

Conclusão: Reflexões de um clássico.

Quando li o Peregrino, no natal de 2002, vi que tinha nas mãos não somente um clássico, mas também uma riqueza espiritual. Bunyan expressou as riquezas bíblicas através da imaginação alegórica de forma como poucos na literatura, tanto cristã como secular, fizeram. Nestes tempos difíceis, onde a vida cristã é comparada a bens materiais e o sofrimento faz parte apenas dos fracassados espirituais, Bunyan nos passa esta profunda lição. Quem menospreza e abandona os temas relatados em o Peregrino, indiretamente também rejeita de certa forma, a genuína vida cristã, repleta de alegrias em meios aos sofrimentos, relatada nas páginas Sagradas, páginas que serviram de base para que ele escrevesse sua obra, base essa que ele demonstrou a sua fidelidade e amor ao Deus que em Nosso Senhor Jesus Cristo, reconciliou em Cristo. Não é a toa que precisamos de mais "Bunyams" para nos dar um exemplo e genuíno retrato da vida Cristã, à luz das Sagradas Escrituras.

Soli Deo Gloria

* Há certa controvérsia se o segundo tomo publicado por Bunyan, no qual conta a história de Cristiana(cristã), mulher de cristão que parte rumo a cidade celestial é uma continuação ou nada mais do que o segundo volume da mesma obra. No original em inglês, a dificuldade continua pois o título é o mesmo: "Pilgrim's Progress", Haja vista que o termo Pilgrim's serve tanto para o masculino quanto para o feminino.

terça-feira, março 03, 2009

CGADB 2009: Reflexões


Nestes dias onde cada vez mais a tensão aumenta no ambiente eclesiástico assembleiano, eis que surge(e desaparece) um blog polêmico: O CGADB News onde de forma supostamente imparcial, porém recheado de tendenciosismos sutis, postava várias notícias sobre as eleições e bastidores da CGADB.

Porém, repentinamente ele é tirado do ar, pensando sobre isso e outros fatores que compõe essa eleição, não há como tecer alguns comentários.

Sobre o CGADB News achei muito estranho seu repentino desaparecimento e sinceramente a meu ver foi uma falta de caráter muito grande alguém proferir críticas sem mostrar a cara. Eu e Gutierres fomos muito criticados ao escrever o artigo dando o perfil dos dois candidatos,porém demos a nossa cara a tapa e buscamos ser firmes e bíblicos em nossas opiniões.
O CGADB era tendencioso, porém de forma bastante sutil e extremamente irônica(senão cínica). Seja lá como for ele serviu para nos dar o exemplo de uma coisa: O retrato das atuais relações assembleianas: Politicagem, rivalidade e bem pouca reflexão sadia.
Creio piamente na frase de Lloyd-Jones: a corrupção de uma igreja começa com a liderança.

Não é somente o senhor que anseia por uma reforma institucional, mas para isso é necessário ter zelo por Deus e sua Palavra, integridade e muita CORAGEM.

Muitos possuem várias qualidades, mas a coragem de se arriscar não é uma delas. Concordo com um comentário proferido pelo irmão Daladier em um comentário no blog do pastor Geremias; nesse tão grande Brasil, como é que só dois candidatos concorrem à eleição presidencial? Cadê a coragem de outros para se canditar? E a coragem para confrontar tais erros? Tais tipos de homens são poucos e infelizmente escassos no meio assembleiano.

Que Deus nos ajude!

Soli Deo Gloria

P. S :Este artigo foi composto e adaptado de comentários que fiz no blog Point Rhema e do pastor Altair Germano