terça-feira, janeiro 03, 2012

Os dois Grandes Mandamentos. Uma análise de Mt 22:36-40. Primeira Parte: Todo o teu coração; toda a tua alma e todo o teu entendimento.



"Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas."
Mateus 22:36-40


Essas foram as Palavras de Cristo quando o indagaram sobre quais os dois maiores mandamentos na lei, ora sabemos que a lei de Israel havia aumentado sobremaneira do que realmente era a lei mosáica, os costumes e o coração da elite farisáica da época acrescentou a seu ver fardos pesados e difícieis de carregar os quais eram oriundos, como já citado, unicamente de seus corações mais pesados ainda.

Porém, não irei me concentrar em analisar a lei mosáica, ou a lei judáica que existia e aumentava a cada dia mais na época de Cristo, porém sim no teor da resposta de Cristo e sua aplicação para Sua Igreja nos dias de hoje e para todo o sempre.

"Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.Este é o primeiro e grande mandamento."


O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus e capacitado por ELe, para não só demonstrar, mas também reconhecer isso através de três principais faculdades a saber: A vontade( ânimo, ou alma), as afeições( o coração) e a mente( A razão).

A razão trata-se exatamente de entender, compreender o mundo a sua volta e decidir que atitudes tomar mediante as situações ou necessidades que aparecem, fazer escolhas de forma livre e racional.

A afeição é exatamente aquilo que conduz a vontade e é conduzida pela razão, ou seja, após entender qual escolha deve-se tomar, ou que ato deve-se fazer todo o seu centro é direcionado a fazê-lo e o faz por prazer e com prazer; a afeição é o centro da vontade.

A vontade portanto é o último ato, a prática daquilo que foi compreendido como bom, escolhido como bom e por isso prazeroso; direcionando todo o ser a agir agora, ou seja, a vontade é a consumação, o ato materializado do que se compreende e se busca por assimilar como bom, levando a prática de tal desejo.

Devemos portanto entender que todas as três funções giram em torno daquilo que se compreende como bom, ou seja, a razão direciona de forma incontestável as outras duas. Atacando-se a afeição, ou seja, direcionando a afeição para um prazer diverso daquele que de fato é bom, ou seja, a desejar a prática de uma coisa má, teremos sem dúvidas problemas no que concerne a prática, porém devido a luz da compreensão do certo e do bom, ainda podemos direcionar a prática apesar de uma afeição deturpada a se afastar do que se deseja como bom e a se aproximar do que realmente é bom.

Entretanto quando se ataca a compreensão, deturpando-a, não há mais possibilidade alguma de agir, todas as outras funções estarão contaminadas, pois se compreendo o errado como o certo e o mal como bom, logo meu coração será inflamado a praticar, sem vacilar, aquilo que tenho como bom e prazeroso mesmo que seja a vontade de praticar o ato mais horrendo e hediondo possível, se o enchergo como bom e prazeroso, logo o farei, e é exatamente aí que o pecado domina o homem na sua principal propriedade a razão, deturpando o senso do certo e do errado do moral e do imoral, do mal e do bom, não sem razão portanto, que Paulo escreve em Romanos :

"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só."
Romanos 3:10-12


Creio que os versículos acima explicitam e confirmam aquilo que vimos até aqui, a queda da humanidade é confirmada pela escravidão pelo pecado de sua mente, de suas afeições e de sua vontade, por conceber o errado como prazeroso passo a buscá-lo e o pratico me rebelando contra a luz e amando as trevas que deveria odiar, abominando a santidade de Deus e me agradando na podridão do mal.

Portanto meus amados o homem caído não possuia mais esperança, visto que pela queda, não compreendia e por não compreender não buscaria, mesmo após a luz dos homens descer ao mundo "...os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus."
João 3:19-21


Porém a pergunta é quem praticava antes da redenção em Cristo a verdade?

"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só."
Romanos 3:10-12

A resposta se apresenta acima- ninguém-, por isso ninguém viria a luz sem que antes compreendesse para que pudesse buscar e buscando praticasse a verdade. Necessitavamos de redenção, de libertação de nossas faculdades agora escravizadas e essa Redenção é concedida em Cristo, que em Seu sacrifício retira as cascas de nossos olhos, a nebulosa de escravidão que nos conduzia de forma ilusória em um deleite carnal sendo conduzidos lentamente ao inferno.O Filho de Deus habitou entre nós "Cheio de Graça e de Verdade" Trazendo Graça aos nossos corações e verdades as nossas mentes para que pudessemos novamente louvar a Deus com todas as nossas faculdades, recebendo nós a mente de Cristo, voltando por intermédio e pela condução de Seu Santo Espírito a entender o que é bom, a buscar o que é bom e por isso praticar o que é bom.

O Senhor Jesus Cristo nos liberta para podermos amar nosso Deus novamente com toda o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso entendimento.

Continua:
No próximo estudo veremos:
1 - Como a luta contra o pecado atrapalha a plenitude de nossas faculdades no louvor e no amar a Deus.
2 - O problema do louvor imcompleto; sendo o principal alvo do pecado o entendimento.
3 - Qual a maior prova de amor que posso dar ao meu próximo.

Início do próximo post:
"O amar a Deus com todo o nosso coração, como toda a nossa alma e com todo o entendimento pode ser traduzido como a experiência da mais sublime alegria amar a Deus de todo o entendimento significa........"

Solus Christus
J.C.Ferreira

Um comentário:

PARTIDO DA REPÚBLICA - SÃO JOSÉ DOS PINHAIS disse...

Bom dia paz seja convosco! Gostei muito da forma como O Senhor lhe deu esclarecimentos sobre as três "faculdades" (vontade, afeições e mente)!
Parabéns; que nosso Senhor Jesus Cristo continue a lhe dar sabedoria para de forma simples, revelar os mistérios da fé!

God bless you!