domingo, maio 08, 2016

Filho de cada mãe: uma reflexão sobre o dia das mães

O seguinte texto de Douglas Wilson foi publicado ontem no Desiring God (original aqui). Ele é uma reflexão interessante sobre o Dia das Mães.
Parabéns a todas as mães dos leitores deste blog.

Que Deus seja glorificado.

    ******************************************

Um dos grandes mandamentos na Escritura, e o primeiro com promessa, é o mandamento para honrar pai e mãe. Filhos e filhas são chamados para este privilégio e responsabilidade, mas vale a pena notar que ambos precisam prestar pelo menos metade de sua honra em um território alienígena.

Quando um homem honra seu pai, ele está honrando o que ele espera se tornar um dia. Quando seu pai considera seu filho, ele lembra como ele era. O mesmo é verdadeiro acerca de uma mulher honrando sua mãe, e de uma mãe relembrando o que foi ser uma garota. Mas quando uma mulher honra seu pai, e um homem honra sua mãe, ambos estão andando pela fé honrando um mistério.

Comece na fonte 

Uma das coisas que este tipo de honra faz é criar uma declaração profunda de dependência. Para a mulher sábia, sua reflexão volta para as primeiras páginas de Gênesis, em que a primeira mulher foi tomada da costela do primeiro homem. Mas para o homem, a Escritura o relembra de realidades mais próxima do lar. Ele provavelmente lembra de seu próprio aniversário e de honrar a mulher particular a qual o deu à luz naquele dia.

"Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus" (1 Co 11.11-12).

Mulheres geralmente não são independentes do homem, Paulo argumenta, porque a primeira mulher mulher foi feita a partir do primeiro homem, mas seu raciocínio é diferente indo em outra direção. Cada homem não é independente da mulher porque ele nasceu de uma mulher particular. Toda mulher foi representada pela sua mãe Eva e portanto tomada de Adão. Porém todo homem foi conectado a uma mulher individual  em uma maneira íntima.

E aqui nós podemos ver como o relacionamento de um homem com sua mãe é determinante em outros relacionamentos. Paulo está discutindo a relação de homem e mulher juntos, marido e mulher, e ele está dizendo aos maridos que o segredo para um correto relacionamento com sua esposa é ter um correto entendimento do relacionamento com sua mãe. Se você quer que a água seja limpa, comece na fonte.

Para que te vá bem

Não poucos problemas do casamento iniciam com o fato de que o marido não honrou sua mãe da maneira que ele deveria. Isto também se estende nos relacionamentos confusos que muitos homens têm com suas filhas. Se um homem não reconhece a sua dependência em relação à sua mãe, ele terá dificuldade para reconhecer o tipo de dependência que ele deve ter em relação à sua esposa.

Nós devemos retornar ao fato de que o quinto mandamento é um mandamento com promessa. Qual é a promessa? Em Êxodo 20, isto é posto desta forma: "Honra a teu e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá" (Êx 20.12). A citação de Paulo disto é expressada desta maneira: "para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra" (Ef 6.3).

Que vivas muito tempo. Para que te vá bem. Agora onde será a maior parte deste derramamento de bênção? Onde será que muito disto tomará lugar? A resposta é obviamente na vida que um homem vive com sua família, com sua esposa, com suas filhas, em torno de sua mesa de jantar. 

Dê honra genuína a ela

Muitos cristãos que cresceram em lares problemáticos têm concluído falsamente que se eles apenas  descerem suficientemente o caminho para longe de seus familiares, então a alegria simplesmente irá misteriosamente reaparecer. Não, o que geralmente acontece é que lentamente, imperceptivelmente, inexoravelmente, todos os velhos padrões começam reorganizar-se e reproduzi-los em um novo local.

É por isto que o Dia das Mães é uma oportunidade maravilhosa para prestar genuína honra que é muito mais que a propaganda exige nós. Se nós apenas lançarmos mão do cartão de homenagem superficial, ou o obrigatório buquê de flores, então nós estamos perdendo o sentido.

Agora quando eu digo que uma celebração de algo como o Dia das Mães é escriturístico, como eu o digo, eu não estou estendendo isto aos costumes particulares. Nada na Escritura requer uma data particular no calendário, ou dar rosas ao invés de tulipas, ou um cartão no lugar de um presente. Nós estamos atrás do princípio, não do método. A Escritura não dita que método particular nós usamos, mas ela requer que tenhamos um método.

Uma vez que tenhamos identificado aquele método, estamos a prestar honra àquela pessoa que Deus usou para nos dar nossa maior bênção terrena.
Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor.
Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
1 Coríntios 11:11,12


9 comentários:

João Emiliano Martins Neto disse...

Caro amigo Nilton Rodolfo e demais amigos, feliz dia das mães! Se me permitem, gostaria de aqui publicar e, por favor, o leiam com a serenidade de quem não é um protestante preconceituoso anti-católico, a minha homenagem, que escrevi em meu BLOG, à u'a Mãe que, apesar de nossas diferenças doutrinárias, poder-se-ia encarar como uma justa e genuína homenagem tradicionalmente cristã à Maria, a Mãe de Cristo nosso Deus, que de certa forma gerou-nos como o novo homem, digno de sermos chamados de homens, diferentemente das mães deste mundo de quem herdamos só o pecado.


DIA DA VERDADEIRA MÃE

"Hoje no calendário civil é dia das mães, mas para nós, os cristãos poder-se-ia cristianizá-lo e dizer que é o dia da verdadeira Mãe nossa, Maria Santíssima. Ela que com seu sim e fiat, diante de São Gabriel, gerou-nos. Os cristãos que são a nova criação, o novo homem, preparados desde antes da fundação do mundo pela imaculada concepção da Virgem Maria, através dos méritos previstos da obra redentora de Jesus Cristo na cruz.


Maria é nossa verdadeira Mãe, a Ela, portanto, toda a nossa homenagem e ternura no dia de hoje, ainda que devamos às nossas mães segundo a carne a devida honra, como absolutamente manda a Escritura, porém, a muito mais, sobremaneira mais, Àquela de quem herdamos a nossa condição humana plenamente restaurada, e outrossim a cura, a libertação, a paz com Deus, a redenção e não a iniquidade. Se não amarmos mais a Maria do que às nossas mães e pais, não somos dignos da Senhora do Céu e recusamos o Céu.

No dia de hoje, dia das mães, e sempre, uma ardente e fervorosa devoção à esse Coração Imaculado de Maria, filha da beatíssima Senhora Santana, que foi transpassado pela espada afiada de nossas indignidades, eis que é o preito fiel de um filho grato que não age como os órfãos desgarrados pecadores que desprezando a Mãezinha do Céu, é evidente que mais cedo ou mais tarde desprezarão suas mães terrenas de quem herdaram a mera condição cega animal, pois até gatos e ratos possuem mães. Dessas pobres mães carnais aduladas no dia de hoje herdamos essencialmente as trevas, a servidão e confusão dos pecados da heresia, dos vícios, desordens e apostasia."

Nilton Rodolfo disse...

João, publiquei seu comentário porém ele está repleto de erros doutrinários, julgando-o a partir da Palavra de Deus.

Não confunda a obra de Cristo com o papel de Maria. A Bíblia não considera Maria como "nossa mãe", e muito menos ela realiza alguma obra em nosso favor. A santidade de Cristo Jesus reside na concepção miraculosa operada pelo Espírito Santo e não em alguma propriedade especial de Maria.

No mais, feliz dia das mães para as da sua família.

João Emiliano Martins Neto disse...

Caro irmão separado protestante e amigo Nilton Rodolfo, obrigado por publicar o meu comentário. Fiquei seriamente duvidoso se você o publicaria por ser deveras um comentário romano.

Mas, note, no entendimento cristão católico de 2000 anos que é o mesmo dos santos padres, da Tradição e das Escrituras quando lida em harmonia com a Igreja, Nossa Senhora, Cristo a chamava de Senhora, pois era-lhe submisso, como diz a Bíblia, note que segundo o entendimento católico, a Divina Theotókos é nossa Mãe, pois Ela gerou o corpo de Cristo que é a Igreja que hoje age no mundo e que é em suma o Papa e em seguida cada um de nós, os cristãos incluindo vocês protestantes, apesar de que vocês se revoltam contra o corpo de vocês, brigam com a Igreja e rejeitam a Mãe mesmo no dia de hoje. E Maria, claro deu à luz a um ser humano completo, com a cabeça que é o próprio Cristo, Pastor Supremo e Eterno das ovelhas que tem no Papa Francisco o seu Vigário e princípio da unidade dos cristãos.

Nossa Senhora e os santos, a começar por São José, nosso Senhor (Cristo era-lhe submisso aqui na terra) e Pai, não estão separados de nós por estarem no outro mundo, pois diz São Paulo que nada nos separará do amor de Cristo, ou seja, nada nos excomunga do amor de Cristo e os cristãos, como diz o próprio Apocalipse, sempre creram na interseção dos santos desde os primeiríssimos séculos de nossa era da graça, como o comprovam inscrições de petições de orações a santos mortos nas catacumbas.

Por fim, irmão e amigo, Martinho Lutero, mesmo, dizia que a Imaculada Conceição da Virgem Maria foi fundamental para a encarnação do Verbo, pois o Verbo, Cristo Jesus, não nasceria do ventre maculado de uma de nossas mães comuns filhas da pérfida Eva. A Imaculada Conceição, por conseguinte, é nossa Co-Redentora, dogma esse em que há grande expectativa na Igreja Santa atual a fim de que seja definido e proclamado ex-cathedra por Sua Santidade o Beatíssimo Papa Francisco.


Post Scriptum: Mais uma vez agradeço o espaço, caríssimo irmão, e meu objetivo não era polemizar, talvez, sim, catequizar, mas, sobretudo, deixar um recado para as mães do mundo de que uma filiação espiritual é sobremodo significativa do que a filiação que temos em comum com os animais.

Nilton Rodolfo disse...

Olá, João.

O nascimento virginal é fundamental sim, pois ele se relaciona com as profecias acerca do Messias e com o fato de Cristo ser verdadeiramente homem. Porém, não é ele em si que protege a natureza humana do Senhor Jesus do pecado original, e sim a virtude do Espírito Santo. A concepção miraculosa está fundamentada no poder do Espírito Santo.

Além disso, a união de Cristo com o seu povo é uma união mística, espiritual. Não há ligação física, carnal. E essa ligação é efetuada pelo ministério do Santo Espírito. Portanto, não é bíblico dizer que Maria nos gerou.

Até mais.

João Emiliano Martins Neto disse...

Caro irmão Nilton,

Note que eu, com toda a Igreja Cristã de 2000 e tantos anos (Santa Igreja Romana), não quis dizer que Nossa Senhora gerou-nos física e carnalmente, isso é coisa para as nossas mães deste mundo criticadas por mim no referido mais acima post. Porque a filiação que temos com a Beatíssima Theotókos é moral e espiritual, exatamente o que você disse no seu comentário logo acima e foi exatamente o que eu quis dizer desde o começo.

Mas Maria, segundo a idéia católica, teve uma participação fundamental na união hipostática, ou seja, segundo o grego, das pessoas do Verbo e do Cristo enquanto homem e que segundo Tertuliano de Cartago são indivisíveis, já que segundo esse padre latino: "Caro salutis est cardo". Ou seja, "a carne é o fulcro da salvação". Na morte de Cristo, a Sua alma separou-se de seu corpo como acontece com todo homem quando morre, menos a divindade de Cristo. Cristo enquanto Deus estava inseparavelmente unido a Cristo enquanto homem. Sim, trino e uno estava ali com aquele homem, judeu, morto na cruz, depois o seu corpo junto com a divindade foi ao colo da Virgem Maria e, por fim, jazeu túmulo. Nós adoramos a Cristo, a carne mesma de Cristo, hoje, na hóstia consagrada nas missas e veneramos superlativamente a Maria Santíssima, pois só a sua imaculada conceição poderia nos propiciar tal benção, como reconhece ninguém menos que o seu pai, senhor, mestre, fundador e guru Martinho Lutero.

Claro, amigo Nilton, que você vai se aferrar à Bíblia para refutar os meus argumentos, mas paciência, eu sou católico, junto com os verdadeiros cristãos de mais de dois milênios e para nós é algo exótico e absolutamente inexplicável precisarmos de argumento bíblico para tudo. Somos filho da Tradição e da sucessão herdada dos apóstolos, hoje, na pessoa de nossos bispos, aqui em Belém com o nosso pastor verdadeiro e mestre Dom Alberto Taveira Corrêa. E a própria Bíblia, é bom lembrar, é filha disso tudo e um aspecto muito parcial.

No mais, valeu mesmo pelo espaço aqui no seu blog. Por coincidência, ontem, dia da Solenidade da Ascensão do Senhor, celebramos nós, os católicos, o dia de oração pela unidade dos cristãos e que bom que em nome do amor fraterno, em nome da tolerância e em nome da unidade que um dia há de se dar entre nós cristãos sob a supremacia do Santo Padre o Papa, você liberou o meu comentário, graças a Deus, romaníssimo.


ABRAÇOS!

Nilton Rodolfo disse...

João, penso que podemos discutir teologia sem perdermos a cabeça e partirmos para ofensas pessoais. Obrigado por ter respeitado este ponto aqui no blog.

Até mais :-)

João Emiliano Martins Neto disse...

Aliás, Martinho Lutero, por falar em perder a cabeça e partir para ofensas pessoais, deu-nos o péssimo exemplo quando xingava e proferia impropérios contra o clero de sua época, o que fez com que o Beatíssimo Padre Leão X, na bula Exsurge Domine que combatia os erros do referido Lutero, o nosso pastor supremo à época, Leão X, dizia que os hereges ao serem confrontados vomitam veneno.

De minha parte apenas expus a Santíssima Tradição que, é bom sempre lembrar, deu-nos a Bíblia, sobretudo o Novo Testamento. A Bíblia mero objeto inanimado é evidente é filha da Igreja Romana e não o contrário.

Expus, então, irmão Nilton, com toda a serenidade e como um pobre anão, mas sobre os ombros de gigantes, a doutrina da verdadeira Igreja de Cristo, religião de todas (absolutamente todas) as gerações de minha família, que eu por tremenda ignorância e orgulho venenoso que expelia pela boca eu desprezei.

Nilton Rodolfo disse...

Até mais.

João Emiliano Martins Neto disse...

Até mais, querido amigo!