quinta-feira, dezembro 02, 2010

Não fiquem animados


Conversando com um professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie soube que pelo menos 70% dos alunos de graduação em teologia pertencem à igrejas pentecostais. E segundo esse mesmo professor, pelo menos metade são das Assembleias de Deus. Conversando com outras pessoas soube que o mesmo acontece nas demais faculdades tradicionais, talvez com menos intensidade, mas acontece. Os jovens assembleianos estão se qualificando no ensino teológico.

Depois de anos de anti-intelectualismo no seio assembleiano a notícia acima é muito animadora. Mas ao mesmo tempo o ânimo acaba. O motivo? Quase nenhum desses jovens talentos chegarão no ministério eclesiástico. Mesmo que muitos deles sejam vocacionados para o ministério da Palavra, as igrejas continuam em um esquema antibíblico de ordenação. Muitos “chegam lá” por meio não convencionais, como amizade e bajulação. Forte isso? Mas é verdade.

Certa vez, quando ajudava na liderança de um grupo de jovens, tive um pequeno problema em um evento. Então fui conversar com o líder geral daquele grupo para solucionar o impasse e ele me perguntou: - Olha, Fulano da Silva (que era a liderança maior na área) viu você no evento? Eu respondi positivamente. Então ele respondeu: - Isso é o que importa! Fiquei calado e dias depois saí daquele grupo.

Ou seja, ainda muitos que fazem algum trabalho eclesiástico estão interessados em serem vistos por lideranças maiores. E infelizmente os “vistos” são promovidos. Há até ditado no meio eclesiástico assembleiano: “Quem não aparece não é visto”. Isso é horrível! É o caminho da bajulação. Nada tem a ver com as qualificações exigidas em o Novo Testamento.

Então não adianta preparo educacional e convicção da chamada ministerial. Ora, para a ordenação é importante “aparecer” aos líderes maiores. Sim, isso existe. Vamos ficar calados e achar que é assim mesmo? Muitas das ordenações está baseada em uma relação de amizade, compadrio e nepotismo.

Não estou generalizando. Mas há muito disso sim! Ou seja, muitos jovens vocacionados e teologicamente educados não chegarão lá porque simplesmente não são “vistos” e nem querem entrar nesse esquema. Chega disso!

Por Gutierres Siqueira (para acessar esse e outros artigos do autor, visite o blog Teologia Pentecostal).


Nota: não há dúvidas que a bajulação se tornou o quesito quase indispensável para ingressar no ministério eclesiástico assembleiano. Aos genuinamente vocacionados, peço eu que confiem na soberania de Deus, que estabelece reis e tira reis (Dn 2:20), para que, como Esdras, estejam preparados para a hora que Deus os chamar ( Ed 7:10).

Soli Deo Gloria


3 comentários:

Cristão Reformado disse...

A Paz do Senhor, Victor.

Vim retribuir a visita [rsrs], não tinha lido este artigo no blog do Gutierres, mas realmente isso é um problema dentro da AD.

Fica na Paz,

Ednaldo.

Memórias das Assembleias de Deus disse...

Meu caro irmão em Cristo. Esse artigo eu li no blog Teologia Pentecostal, e agora reli com você. Minha opinião é de que infelizmente essa é uma triste realidade encontrada na nossa denominação. Existem é claro obreiros chamados, mas o número de casos de ministros alçados pelo nepotismo, ou por critérios mediocres de escolha é lamentável.
Assim como consequencia a qualidade espiritual de nossa igreja despenca cada vez mais.

Deus tenha misericórdia!

Janyson Costa disse...

A paz irmãos!Muito bom o artigo do irmão gutierres isso é uma grande realidade e eu e os irmãos do geração que lamba podemos testemunhar de situações do tipo,porém venho apenas expressar uma opinião sabendo eu que também,após reflexão é compartilhada aqui, que fiquemos animados sim, pois mais pessoas estão se tornando fiéis genuinamente a Palavra do Senhor e Deus já está levantando uma geração que está entendendo o que é o avivamento e como obtê-lo e guerrearão por isso.Para a glória de nosso Deus.
Deixo como reflexão a frase de Wesley:“Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo”.
"O mundo é a minha paróquia."

Um grande abraço.