quinta-feira, abril 28, 2011

Reflexões de um jovem pregador (1)


Sou um grande homem de Deus?

Sou um cristão. Tive o privilégio de ser alcançado pela graça de Deus de modo muito especial. Não que haja algo de importante ou especial em mim; na verdade, a graça que Deus me concedeu me mostra que Ele pode purificar até o mais impuro e perverso pecador. Graças a Deus eternamente! Pois Ele me amou primeiro, para que assim, eu O amasse por meio de Cristo Jesus- "O qual me amou e se entregou a si mesmo por mim"[1]. Não que eu tivesse algum potencial de amá-Lo, pois o meu amor por Deus na verdade é amor a Deus produzido por Deus mesmo- concedido a mim por Seu Santo Espírito[2].

E além disso, também sou privilegiado em ter amigos e amigas abençoados, de possuir acesso a boas leituras cristãs (nada de Benny Hinn ou Morris Cerullo ou qualquer um destes outros que mais falam de si que de Deus- se é que podemos dizer que eles falam de Deus) e de ser preservado em meio a uma geração de pseudocristãos- a qual está repleta de misticismo e exageros antibíblicos, de superficialidade bíblica e espiritual.

Também sou muito privilegiado em poder ensinar a Palavra de Deus- seja na escola dominical ou na pregação- a algumas pessoas que Deus tem posto em minha vida... Fico muito feliz em refletir em quão bom Deus foi comigo ao tirar-me de uma vida inútil, a qual se resumia em ficar plantado em frente a uma televisão jogando vídeo-game durante horas e horas (infelizmente, me lembro que houve uma semana na qual fiquei três dias sem tomar banho a fim de jogar o máximo possível- por ser tão viciado); para uma vida totalmente diferente em Cristo Jesus- "vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim."[3]

E, infelizmente, por causa disso e outras coisas, sou tentado a achar que sou "um grande homem de Deus"; ou deixe-me pôr da seguinte maneira: "um homem que possui algo que ninguém mais tem" ou até mesmo "um dos últimos biscoitos do pacote"... Mas isto mostra quem de fato eu sou:

"Não sou um grande homem de Deus; e sim, um pecador alcançado pela graça de um Deus misericordioso, piedoso, longânimo e grande em benignidade."[4]

Precisamos entender que tudo que há em nossas vidas não existe para nós mesmos, não existe para nos exaltar- nem mesmo num grau infinitesimal-; mas sim, tudo existe para o Senhor: "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém."[5]

Mas a grande questão é: o que entendemos por "tudo"? Será que temos o entendido somente como palavras; como algo semelhante a "a Deus toda a glória em meu ministério"- mas no fundo do coração pensamos: "se não fosse por meio de mim, Deus não faria isso tão bem como o fez..." (mesmo que sutilmente)?

Que Deus nos dê de Sua graça soberana para que, verdadeiramente, vivamos unicamente para a Sua majestosa glória- não que iremos acrescentar algo a ela com algo que façamos, e sim, reconhecer e admirar a sua infinita grandeza por meio de nossas ações. E não somente para O exaltarmos no âmbito espiritual, mas sim em todos os nossos relacionamentos e atividades- tanto nas que possuem relação explícita com assuntos religiosos quanto nas que não possuem (como por exemplo, numa aula de Cálculo 3 ministrada a universitários).

Oro para que o Senhor opere algo miraculoso em nossas vidas: que nos satisfaçamos cada vez mais em Cristo Jesus (e somente Nele!); ao invés de encontrar alegria e satisfação em nós mesmos ou em algo relacionado conosco.

"Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor."[6]

Que Deus nos perdoe.


Notas:
[1] Cf. Gl 2.20
[2] Cf. Rm 5.5
[3] Cf. Gl 2.20
[4] Cf. Sl 103.8
[5] Rm 1.36
[6] Jr 9.23,24







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